sábado, 27 de setembro de 2008

Como transformar um vôo longo em quase interminável

Período de viagens. Estive em Manaus durante a semana para um evento corporativo. Além do desgaste vindo do cliente, do próprio evento, da imprensa e afins, alguns detalhes simples conseguem transformar horas que já seriam ruins em péssimas.

Foi o caso do vôo da ida. Uma combinação de fatores no mesmo trajeto me alimentou para o que descrevo a seguir. Manaus não é um vôo longo, quando comparado a ir pra Europa ou Estados Unidos. Mas, quando a tripulação não colabora, olha o que pode acontecer:

  • A briga pelo braço da poltrona: Os que sentam na janela ou no corredor garantem ao menos um braço da poltrona pra chamaer de seu e descansar seus antebraços. Quem está no meio tem briga dupla. Mas ninguém escapa: ao menos um braço de poltrona terá de ser disputado. E aqui dá-se início a algo como uma briga social, um embate entre cavalheiros, uma batalha civilizada. Afinal, como ninguém mais é criança para sair na pancada por um simples encosto, (mas que você quer tê-lo só para si, isso quer) que comecem os jogos! Normalmente o adversário sempre sai na sua frente. Quando você se lembra, lá está o braço do esconhecido disposto ao seu lado ocupando o que era pra ser o seu espaço. Mas, deixe estar: quando ele resolve se esticar, bocejar, coçar o nariz, repousamos rapidamente nosso cotovelo ali, como que demarcando-o como nosso território Mas, a guerra não é ganha. Pois ele ficará de olho. E se você, nem que seja por uma fração de segundo, abrir a guarda, ele tomará de volta o espaço. E assim, nesse clima bélico-pacífico, seguirá seu trajeto aéreo.
  • Mastigar de boca fechada ajuda: a TAM tem o cordial hábito de distribuir balas de leite (toffel?) antes do vôo. Saudável, não? Não, se na poltrona de trás estiver um sujeito que simplesmente não tem a habilidade de mastigar (ou chupar, mascar, o que seja) a bala com a boca fechada. Então, se você levou um fone de ouvido, essa é a hora para usá-lo. Caso contrário, conviva com essa dor.
  • Arrotos, pigarros e outras intempéries fisiológicas: havia um grupo de japoneses (sim, do Japão mesmo) indo comigo. Um deles ficou ao meu lado (o mesmo que duelou pelo braço da poltrona). E não é que o sujeito inventou um novo modo de assoar (nunca soube se é "assoar" mesmo) o nariz? Pois é, ele o fazia pra dentro. Como? Fungava, jogava pra boca, misturava tudo e engolia de novo. Nojento? Não, meu caro. Nojento é quando isso acontece o tempo todo, do seu lado e em um idioma desconhecido pelo seu ser humano.
  • A bateria imaginária: o sujeito que estava na janela levou o seu iPod, ou coisa que o valha, para ouvir suas músicas preferidas. O palco: Wembley, no ano de 1974. Você é John Bonhan, baterista do Led Zepellin. Está no trecho final de "Stairway to Heaven", onde a bateria é fundamental. Suor e alma da música estão em suas baquetas, e você dá tudo que pode! Qualquer batuque é pouco, toque como nunca! Eis que, de repente, o rapaz na poltrona da frente interrompe sua utopia musical e diz: "cara, tá incomodando legal". Pois é. Quando estiver ouvindo suas músicas no fone de ouvido, não as batuque na poltrona, na perna ou onde mais quiser. Talvez seja um pouco óbvio de lembrar isso, mas os demais presentes no avião não estão ouvindo a mesma música que você, e podem ficar um pouco irritados com seu ritmo (ou a falta dele).
  • A pessoa do lado tentando fazer amizade: frente a tantas barreiras em um mesmo vôo, algumas pessoas tentam socializar para minimizar os problemas. Uma senhora, na coluna ao lado, fez isso comigo. Fazia questão de puxar conversa cada vez que algo que a incomodava acontecia. E eu estava lá com meu fone de ouvido, tentando dormir um pouco. Assim, ao menor sinal de que eu fosse acordar, ela olhava pra mim, procurando papo. Nem as minhas respostas típicas de quem quer abreviar o diálogo ("é", "a-hã", "verdade...") não davam o recado pra pobre moça. Não tenho nada contra a simpatia gratuita. Mas algumas pessoas precisam entender que nem todo mundo quer conversar a toda e qualquer hora...
  • Idas ao banheiro: tem coisa mais chata do que um japonês que adora ir ao banheiro o tempo todo? Ainda não tenho certeza pra isso, mas que irritou, irritou. Afinal, para que ele possa chegar ao sanitário, tem que sair de sua poltrona. E, para isso, eu preciso sair do meu lugar, deixá-lo passar, e repetir a operação quando ele regressar. Imagine isso várias vezes. Incômodo, não? Acho que ele também achou, pois depois de 40 minutos de vôo ( e três idas ao banheiro), mudou de lugar.
  • Ah, as filas: qual a razão da pressa? Assim como nos cinemas, os lugares são marcados no avião! "Boa noite. Em nome da TAM, eu dou as boas-vindas ao vôo..." essas poucas palavras, ainda no saguão da embarque, bastam para que uma voluptuosa fila se forme na entrada. O mesmo ocorre na saída, ainda no avião. Mal ele parou, as pessoas já se levantam de forma apressada, atrás de suas malas, para ficar de pé, paradas, por tempos que chegam até a 10, 15 minutos. Aí, naquele silêncio só interrompido pelos som de celulares ligando, elas olham, irritadas umas para as outras, impacientes por estarem ali, de pé, esperando. Alguém ouve o "por favor, pemaneçam sentados até que o aviso de cinto de segurança se apague"? Alguns ultrapassam todos os limites. Os que estão na janela também se levantam. Mas, como não conseguem chegar até o corredor (já tomado pelos primeiros apressados), ficam curvados, em posições ridículas, esperando que a porta do avião finalmente abra. Santa paciência...
Ah, e semana que vem, o Teremos... estará no Panamá. Vamos ver o que trago de lá. Só espero que o vôo (esse sim, longo) seja melhor.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Novidade ultrapassada, mas útil: tags

A partir de agora, uma novidade aqui no blog. Na verdade ela já existe há um tempo, mas nunca a utilizei de fato. São os tags, ou marcações, como alguns chamam. Está vendo o "institucional" no fim do texto? Pois é, se você clicar nele, saberá tudo que já rolou nessa área por aqui.

Estou usando algumas palavras gerais - poesias, freelas, música, cinema, TV, elvis, livros -, assim as pessoas podem encontrar posts antigos que possam (ou não) valer a pena. Quer achar outras poesias? Outras crônicas? Algo sobre meus livros? E por aí vai... Para os veteranos aqui, não muda muita coisa, mas pra quem chegou há pouco, pode ser interessante.

Por enquanto, cerca de metade dos posts já publicados neste blog (mais de 300) já possuem tags. Os outros vão recebendo aos poucos. Em alguns dias, ele estará inteiramente marcado.

É o Teremos Coisas Bonitas pra Contar... trabalhando para o seu conforto.

sábado, 20 de setembro de 2008

Momento nostalgia - de volta ao
Porto Seguro


Passado a presente: a porta da sétima série permanece a mesma, mas outras já usam cartão magnético

Hoje tive oportunidade de voltar ao Colégio Visconde de Porto Seguro, o local onde provavelmente tenho mais memórias na minha vida (depois da minha casa, claro). Naquele local em que falávamos alemão e parávamos toda vez que o Hino tocava, foram 11 anos que pareceram intermináveis. Momentos muito divertidos, mas também sofridos e difíceis. Como disse meu amigo da época (que me acompanhou), nem mesmo um fechamento de revista se compara à semana dos provões que enfrentávamos. O nível de estresse não era pouco. E eu concordo com ele. Prefiro fechar um relatório anual do que voltar à semana dos provões.

Impressionante foi ver o quanto a escola de modernizou. Elevadores, quadras cobertas, centro cultural, anfiteatros, tudo ali é novo. Foi difícil, mas encontrei ainda objetos inalterados desde o distante ano de 1996.

O evento marcou os 130 anos da escola. Pela primeira vez, desde que saí de lá, a direção abriu todo o local - diferente das festas juninas, em que somente temos acesso à área esportiva. Dessa forma foi possível, pela primeira vez após muitos anos, revisitar locais históricos como a sala onde fiz o pré, o ponto secreto em que ficava com minha primeira "namorada" e momentos com os amigos.

Nesse passeio pela escola, passado e presente brigavam para tomar o primeiro plano. Ali, cada toque, cada cheiro e cada olhar despertaram algum sentimento. Tristeza extrema e diversão inocente dividiram espaços. Os olhos se encheram de lágrimas diversas vezes. Naquele local nasceu o Jack, uma espécie de versão embrionária do Joly. Todos, originados pelo bom e (nem tão) velho Luís Arthur.

Eis algumas das fotos.

Estacionamento subsolo de dois andares: cadê o colégio que eu estudei?

O bom e velho "campão": pelo menos ele, continua ali (o estacionamento está abaixo dele)

O Porto agora tem pavões: de novo, cadê o colégio que eu estudei??

A lanchonete continua intacta. Mas, na época, a coca custava R$ 0,50 (isso pra não falar dos cruzeiros)

A biblioteca mudou. Agora, parece uma área livre de um shopping. Aliás, o colégio inteiro parece um shopping...

Aqui é o local onde "ficava" (aos oito anos ou menos) com minha primeira namorada, que por acaso reencontrei ano passado

Triste lembrança: essa era minha visão quando descia as escadas após receber o boletim da sexta série. Reprovado

Corredores que marcaram época: nele, a única novidade são os armários

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nenhum beijo, vários queijos

Degustação comentada: estou até as orelhas de queijo

Já comentei com alguns minha vontade de criar um blog somente dedicado a temas de gastronomia. Afinal, é uma área que me fascina. Mas, considerando que surgem novos blogs a cada três segundos e que minha agenda não permite exatamente posts regulares, ainda é uma idéia a se pensar bem. Enquanto ela não amadurece, vou postando por aqui mesmo.

Nas duas últimas semanas, minha vida girou em torno de todos os tipos de queijos. Explico: a mais recente matéria da Mundo Estranho é sobre...queijos. A pauta que eu havia sugerido no início era: qual a diferença entre queijo branco, minas frescal e meia cura? Porém, o negócio aumentou, e virou "quais são os principais queijos produzidos no Brasil?".

Resultado: ontem mesmo, estava em uma (excelente) desgustação comentada de queijos. Experimentei do diário minas frescal ao gruyère e gostei de vários (menos do gorgonzola, não consigo apreciar aquela coisa cheia de fungos e meio ácida). Aprendi mais sobre como diferenciar o sabor de um queijo do outro, suas histórias e origens.

Enquanto isso, o pessoal da ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Queijo) não aguenta mais responder e-mails, e o Disney (sim, o nome dele é Disney, e não poderia ser outra coisa que não especialista em queijos) Criscione, gerente de marketing da Tiroles, provavelmente não quer me ver pelos próximos 10 anos, nem pintado de amarelo...queijo.

Mas sabe aquela sensação de orgulho por um trabalho (presumo) bem feito?
Está dando trabalho, mas acho que vai ficar uma das matérias mais legais que já fiz (o orgulho ainda é a que explica a data do nascimento de Cristo). Sai em novembro. Enquanto isso, para quem quiser, está nas bancas a edição atual em que escrevi por quê colocam gelo e limão nos mictórios (sim, mulheres, colocam) e se é verdade que a massa da Terra está aumentando.

sábado, 13 de setembro de 2008

Passando uma borracha no post Passando uma Borracha...

O mencionado post acima foi removido. A razão? Teremos coisas bonitas pra contar... não se propõe àquele tipo de assunto. Aqui só deve entrar o que vale a pena ser contado. Desculpem a falha e expor mais do que devia de minha vida e também de outras pessoas.

Quem vive (ou vivia) de rancor é o excelente blog Rancorizando (que recentemente, morreu, mas ainda vale uma visita). Aqui, insisto, teremos coisas bonitas pra contar. Sempre.

Como nem tudo é perdido, daquele lamentável (mas ainda bem escrito) post, mantenho uma única frase que gostei:

"Que se não for nada, terá sido tudo. E o tudo, vem do nada"

Para finalizar, enquanto o tudo não vem, compartilho as coisas bonitas que vivo por aí, entre elas, o alegre aniversário dos meus queridíssimos amigos Caru Beto. Um boteco solidário, com crianças, família, presidente (o jogo) e até chopp escuro (adoro). Tem vezes que o mais queremos de um sábado à noite é mesmo a companhia de pessoas maravilhosas. E foi o que tive hoje.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Firefox destruindo o Chrome


Muito já se fala sobre o novo navegador da vez, o Chrome. Seria apenas mais um, não fosse o fato de pertencer aos meninos do Google. E, quando uma empresa como o Google entra em um setor absolutamente novo, é melhor prestar atenção: a coisa vai esquentar.


Ou nem tanto assim?


Devo ter sido um dos primeiros entre os milhões que baixaram o Chrome logo na primeira hora em que esteve disponível. Sou um fã confesso do Google, e uso muitos dos seus produtos - destaque, claro, para o GMail, mas não deixo de frequentar locais como Google Docs, GTalk, Orkut e, claro, You Tube (além, naturalmente, deste provedor que abriga o texto aqui escrito).

Lamentavelmente, a decepção foi grande. O Chrome possui um visual simplista, na mesma linha do GMail. Pouco ícones, muita funcionalidade. No caso do Chrome, só faltou o trecho "muita funcionalidade" para ficar bom. O browser é limitado, desanimador e frustrante para geeks como eu. O mínimo (notem, o mínimo mesmo) que esperava era uma integração muito eficaz com os produtos da marca. Acesso rápido e offline ao GMail, scraps sem precisar acessar o Orkut, Google Docs com atalhos, Picasa etc.

Nada. O Chrome pode, no máximo, agradar os usuários comuns. Talvez nem eles. Pois sites como o IMO (Messenger online) não carregam direito, e vários outros abrem com a formatação incorreta - incluindo aí, o do meu cliente).

Resumindo: decepcionante. Nem mesmo o artifício que trata-se de um software beta ajuda. Afinal, qual programa no Google não é beta, mas nem por isso deixa de funcionar bem e ser inovador?

E os outros? | Minha experiência durou poucos dias com o Chrome. Ele já foi removido do computador, e voltei para o Firefox 3, certamente o melhow browser que já usei. Melhor, diga-se, pelos complementos dele, que o torna um navegador com N possibilidades. Um exemplo? Recentemente instalei o complemento FireNes, um emulador para os jogos do Nintendinho 8bits (aquele do Mario 1, 2 e 3). São 2 mil jogos de Nintendo ali, no seu Firefox. Claro, esse é um exemplo bem fútil, mas há muita coisa interessante até para o mundo dos negócios.

Por fim, para quem não gosta do Firefox, recomendo ainda outro antes do Internet Explorer: o Avant Browser. Pouquíssimo mencionado por aí, ele usa a base do IE, mas traz atalhos, visuais e funcionalidades muito mais legais que o irmão da Microsoft.

domingo, 7 de setembro de 2008

Armadilha eletrônica na Notre Dame

Não, caro leitor, não tive a oportunidade de passar o fim-de-semana em Paris, vendo uma das catedrais mais antigas do mundo. Infelizmente, o local em questão foi uma balada homônima, situada na região da Av. Faria Lima.

Para quem já lê esse blog há algum tempo, sabe qual a minha opinião sobre "barulho" eletrônico (também chamada de música eletrônica por alguns). Não sabe? Veja aqui. Pois bem. Dica de um amigo, acabei aceitando ir ao tal do Notre Dame. "Um bar-balada", disse ele.

Pois o começo até que foi interessante. Apenas o começo - daí o uso da denominação "armadilha" no título. Pois chegamos lá e havia uma banda tocando ao vivo no local - desde sucessos recentes, como do tal NX Zero (é assim que escreve-se?) até os mais clássicos, um pouco mais do meu tempo (Legião, Capital e até Raimundos). A banda não era nada demais, bem fraquinha, de fato (o baterista atravessou umas três vezes), mas tocaram até Doors, e foi o suficiente pra eu dar uma animada.

Durou pouco. Em meia hora, a banda se despediu, e o que deu sequência no som da casa foi o maldito inferno barulhento e eletrônico. Inevitável, claro, ficar com cara de c* (desculpe o português claro), naquela balbúrdia que alguns insistem em classificar como música.

Mas a pérola maior ainda estava por vir. Em tempos de lei seca, achei uma prestação de serviço mostrar as imagens que tirei ali. Note: ultimamente, tenho bebido cada vez menos e de forma mais seletiva. Acho que isso vem com a idade (sim, quem me conhece sabe que já fiz muita besteira), mas mesmo assim fica difícil imaginar como alguém consegue perder o controle da maneira que eu vi ontem.

Um dos conhecidos no local (amigo do amigo do amigo), pelo jeito, não conseguiu segurar a onda na bebida. O que veio a seguir, eu mostro em fotos-legendas. Elas falarão muito mais do que uma descrição detalhada do que houve.



















Via-se que ele não estava bem; subitamente, o rapaz citado cai no chão, como se o imundo piso da casa noturna fosse uma gostosa e aquecida cama


















Os seguranças discutem o que fazer com o rapaz: pronto-socorro ou ignorá-lo mesmo? Note a "torre de cerveja" vazia, uma das culpadas (entre Vodkas com energético) para que o rapaz ficasse daquela maneira


















No fim, ele busca equilíbrio esperando pelos "amigos" na rua, molhado, vomitado e certamente pensando o quanto vale beber tanto assim...