sexta-feira, 25 de maio de 2012

Brandi Carlile - mais uma descoberta musical

Descobrir novas músicas é uma tarefa diária. Mas uma tarefa feita com prazer. E sem compromisso. É algo que simplesmente chega. E novas músicas não precisam ser músicas novas. Já falei aqui quando me encantei com Tony Joe White, por exemplo, e seus discos do final dos anos 1960. Eu não me envergonho em, apenas em 2012, escutar Nevermind com atenção pela primeira vez. Dane-se os rótulos. O importante é você curtir aquilo naquele momento. Se é velho ou novo, é detalhe. Afinal, é novo pra você, e isso que tá valendo.

Feita a introdução, posso falar, enfim, que estava passando pelo Multishow HD há alguns dias quando me deparei com uma moça chamada Brandi Carlile (pronuncia-se "Carláile"). Nome esquisito, pensei. "Brandi" deveria ser "Brandie". E "Carlile" parece um erro de digitação - não era melhor "Carlie"? Enfim, esse é o nome da garota.

Segundo ponto a me atrair: a beleza. Ela está longe de ser linda, mas tem o tipo de beleza que eu gosto. Terceiro: um violão folk nos braços. Sinais de paixão. E quarto ponto: a voz.

E, pra falar da voz, eu abro um novo parágrafo. Não foi arrebatadora, como Norah Jones no cover de Dylan, "Heart of Mine", que me ganhou no primeiro acorde. Brandi precisou trabalhar um pouco mais. Nas primeiras músicas, já deu pra notar que ela não tem uma voz qualquer. É uma coisa meio rasgada, mesclada com um lírico impecável, recheado por um country sedutor e coroado por um rock estrategicamente desafinado. Depois de ouvir bastante, concluo que sua voz me lembra uma inusitada fusão entre Shania Twain e Kurt Cobain. Sabe aquele "yodo lay" típico do country, mas junto com a rouquidão premeditada do Kurt? Bem, é isso.

Claro, fui ver depois que Brandi, apesar de nova (deve ter seus 20 e muitos, ou 30 e pouquíssimos), já está na estrada há alguns anos. Começou a lançar discos no início da década passada. O hit, que eu nunca havia ouvido antes na vida, é "The Story". E e ela que eu deixo para vocês ouvirem, em duas versões que valem igualmente a pena. A primeira, original de estúdio, mescla o folk com o rock cercada por uma bateria pouco criativa, mas funcional. A segunda, apaixonante, é acústica - e é só com violões e cellos que essa incrível cantora parece se soltar mais.

"The Story" fez bastante sucesso por aí - até em Portugal. Lançada em 2007, ela é uma bela síntese e introdução ao mundo musical de Brandi Carlile. Logo nos primeiros segundos da faixa, ela dá um agudo no estilo "sim, eu consigo fazer isso com a minha voz". Não me agrada muito, na verdade, mas eu tolero pq vai melhorar - e muito.

Brandi me ganhou com sua capacidade de mesclar a voz rouca, aguda, com uma melodia meio chorosa. "The Story" conta a história (ah vá) de um casal, claro. A menina parece estar destruída por dentro; sofre de amor, passou por altos e baixos, mas ainda assim, foi feita para o outro. O amor é assim mesmo, né? Quem disse que é perfeito? Elvis já cantou "True Love Travels on a Gravel Road". Título tão extenso que já resume do que a música se trata.

Curtam "The Story" e, a partir daí, se quiserem, pesquisem Brandi na internet. Eu to curtindo.

Versão de estúdio:


Versão ao vivo: