domingo, 31 de agosto de 2008

À Prova de Tudo, um teste de estômago no Discovery Channel

E eis que, assistindo ao Discovery Channel, acabo pegando o programa À Prova de tudo: o Cardápio de Bear. O conteúdo? Uma hora inteira com o "melhor" das viagens do tal Bear, um maluco que diverte-se nos mostrando o que é possível comer quando estamos em uma situação de abandono completo em um local remoto.

Não passou nem meia hora ainda e eu já descobri que, no deserto do Saara, você pode comer uma aranha viva, que uma cobra é extremamente saudável no Panamá e as fezes de elefantes africanos possuem bastante água para te salvar a vida. Mais? Pois saiba que os testículos de um bode, quando comidos cru, são ricos em potássio e podem representar a diferença entre morrer e viver mais algumas horas.

Em cada uma das "iguarias", ele comenta quantas calorias ela possui. Um butídio, uma das mais mortíferas espécies de escorpião que existem (isso segundo o canal, claro), possui menos de 10 calorias. Ou seja, você teria de comer vários deles em um deserto para viver. Isso, claro, se conseguir separar a parte venenosa da "boa". Ainda assim, corre o risco de contrair doenças devido a possíveis parasitas presentes no escorpião.

A questão é: quantos de nós já passou, ou ao menos conhece alguém que chegou perto de passar por algo minimamente semelhante às situações propositadamente vividas pelo apresentador? Nota-se: ele ainda faz questão de mastigar com a boca aberta, assim é possível ver detalhes sórdidos (como se o programa inteiro já não fosse um) como as patas da aranha viva sendo esmagadas ou o sangue de um olho de carneiro escorrendo pelos lábios.

Qual a verdadeira intenção de um programa como esse? Audiência ou uma incrível e fascínora prestação de serviços?

De qualquer maneira, já sei que não passo mais sede nessa vida. Afinal, segundo Bear, em situações extremas é possível beber sua própria urina. "Afinal, se você fizesse xixi no chão, estaria desperdiçando todo aquele líquido", comenta o sujeito, complementando com a cereja no bolo de momentos grotescos: "mas atenção, só faça isso em último caso."

Para qualquer maluco interessado, abaixo tem um pouco das peripécias de Bear.


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O que tenho escrito por aí

Para os curiosos, ociosos e demais, achei legal começar a postar aqui onde e quando algumas matérias minhas têm saído.

UOL Interpress Motor - Continuo como colunista de Fórmula 1 por ali, sempre escrevendo após cada corrida. Aliás, tem uma nova por lá sobre a vitória de Felipe Massa em Valência
F1 Mania.net - Também escrevo regularmente lá, como colunista fixo.
Mundo Estranho (Abril) - Ainda sou um repórter "freela fixo" por lá. Algumas das mais recentes pautas que fiz por lá estão abaixo. Dão trabalho, mas adoro:

- Julho: A Amazônia pode se tornar um deserto?
- Setembro:
1) É verdade que a massa da Terra está aumentando?
2) Por que alguns mictórios têm limão e gelo?
- Outubro:
1) Por que o focinho dos cães é gelado?
2) Por que alguns sites são terminados em .net e outros, em .com?
3) Por que as orelhas "esquentam" subitamente?

Vila do Chaves.com - Pois é, sou um colunista ocasional deste belo site sobre o mundo de Roberto Gómez Bolaños. Meus textos estão lá em "colunas".

Também escrevo ocasionalmente em outras publicações, mas vou dizendo quando saírem.
Confusão mental


Imagino as vertentes de um caminho
Sonho com semblantes que imagino
Tenho fé, vislumbro o desconhecido
E já é sabido.

Procuro novas possibilidades
Não sinto arrependimento nem vaidade
Vexames já passados não mais valem
Não sei mais disso.

Batalho castelos de paixão
Destruo batalhas de emoção
Emulo situações reais, de perigo e te(n)são
E choro em vão.

Pra mim, foi só mais um aviso
Pra nós, foi mais, foi um presságio
Pra gente, foi a quebra de um mito
E tenho dito.

sábado, 23 de agosto de 2008

Sonho

Como em um sonho, tudo acabou. Com hora marcada, com sorriso fechado, tudo encerrou. Fim de sonho, fim de riso, fim de aviso de algo diferenciado. Ali, nobre gestual, tudo volta ao normal. Como um sonho, como esponho, sempre casual. Ali, acabou.

Sonho bom, sincero, puro. Sonho curto. Intenso, alegre, vívido. Sonho limpo. Cheio, gigante, apaixonante. Sonho eterno.

Sonho.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mais considerações sobre os Jogos Olímpicos

Consideração 1

Durou apenas 6'57'' a experiência com o Terra TV, que alardeia por todos os cantos a transmissão das Olimpíadas pela Internet em tempo real (em vídeo). Pois tentei, pela primeira vez, usar a inovação. Começou bem, com narração e tudo mais, mas não durou muito. Logo, o vídeo travou e começou a mostrar o jogo de forma quebrada. A cada seis segundos, a imagem congelava, experiência que mostrou-se extremamente irritante após muito pouco tempo.

Resolvi abandonar a tecnologia inovadora e ir ao menos revolucionário, o rádio. Pois, neste exato momento, enquanto escrevo este post, aguardo há mais de 5 minutos o site da Jovem Pan AM abrir - até agora, apenas uma tela branca é exibida.

Para quem trabalha - e usa - tecnologia o tempo todo, como eu, isso é como um chuveiro gelado no dia mais frio do inverno. Mas as esperanças ainda não acabaram. Saio da tela do computador e vou para o celular, ouvir pelo rádio mesmo. É o único jeito de assistir Brasil e Argentina enquanto fingimos estar trabalhando.

Consideração 2

Ontem, por alguns minutos, tênis de mesa foi o meu esporte favorito. Acompanhei, atenciosamente, à partida entre Gustavo Tsuboi e o canadense Peter-Paul (não parecem nomes de personagens de HQs?). Tsuboi esteve muito perto de perder - o canadense teve 4 match points, mas Tsuboi virou o que parecia impossível e ganhou por 4 games a 3. Comemorei como jamais achei que iria. Acho que é esse o tal do espírito olímpico que as pessoas tanto falam...

sábado, 16 de agosto de 2008

Dois anos de Comes e Bebes

Mais um evento gastronômico para postar aqui. Desta vez, foi a celebração de dois anos do blog de Marcelo Katsuki na Folha Online, o Comes e Bebes. Para comemorar o ocasião, rolou um jantar no excelente espaço Viver Casa & Gourmet, que trouxe a temática do arroz, típico na culinária japonesa, em diversas frentes.

Engana-se quem pensa que o cardápio trouxe apenas comida do Japão. Embora a maioria fosse criação dos lados de lá, também havia espaço
para suculentos bolinhos de arroz, e iguarias preciosas, como um arroz negro com aratu, um caranguejo típico do Pantanal, acolhido em um saboroso avocado (veja foto abaixo).

A bebida também não deixou a desejar. Os diversos tipos de saquê, as caipirinhas e demais drinques alcóolicos me deixaram rrependido por não ter ido ao local de táxi. Destaque para um ótimo drinque, que trazia saquê, romã, abacaxi, laranja e água com gás.

Fica aqui também a dica para conhecer o local. O Viver Casa & Gourmet oferece cursos dos mais variados temas, indo de culinária a maquiagem, tudo no mesmo local - e o melhor, de grátis. Mais informações aqui.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ah, as Olimpíadas!Ah, as Olimpíadas! O símbolo máximo da perpetuação e paz entre os povos, a cordialidade e sentimento de um só coração, o "unido" elevado à máxima potência. Sempre gostei dos jogos olímpicos.

Para mim, é a única oportunidade em quatro anos de ver esportes variados, todos reunindo os melhores do mundo, em um bom cenário e com platéias animadas. Normalmente é nessa época que nos tornamos especialistas em esgrima, em handebol, tiro, adestramento, badminton e outras modalidades. O Hugo Oyama, por exemplo: o cara representa o Brasil no tênis de mesa desde que soube que tênis de mesa é a mesma coisa que pingue-pongue (que heresia).

O maior problema destes jogos olímpicos tem sido o fuso horário. Em média, tenho ido dormir todo dia por volta de 2 da manhã. Assistindo tênis, vôlei de areia (e não de praia!), handebol (perder no último segundo? Como assim?!), levantamento de peso e afins.

Nos bares, como constatou um colega de trabalho aqui da agência, todo mundo entende tudo de cada modalidade. Na TV, os comentaristas que ninguém conhece tentam explicar, às pressas, como são as regras. E assim, aos trancos e barrancos, nos tornamos brasileiros: piloto de Fórmula 1, técnico da seleção, esgrimista, atleta olímpico e assalariado nas horas vagas.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O encosto removível no banco de trás do Santana 89

O distante ano de 1982, na casa do Caracol: no fundo, meu pai jogando meu irmão na água

Quando criança, havia um encosto removível no banco traseiro do Santana dos meus pais. Adorava abaixá-lo e pôr meus braços ali. Sentia-me importante, mesmo com aquele tecido dando um pouco de aflição só de encostar.

O Santana era 1989. Quando fizemos uma curva bem fechada, abri a porta sem querer (adorava ficar mechendo no trinco) e quase fui arremessado pra fora do veículo. A curva ainda está lá, mas hoje, passando por ela a caminho do trabalho, quase nunca lembro daquele momento que, por alguns segundos, foi tão assustador pra mim.

A curva fica no caminho da casa da minha avó, já falecida. Casa imensa, família enorme. Família italiana, clássica. Nos almoços de domingos, era tanta gente que as mesas eram divididas: a dos adultos, a dos adolescentes e a das crianças. Cerca de 8 a 9 garotos e garotas, a mesa grande era alvo de todas as brincadeiras. A maior delas, jogar o capeletti nos copos de guaraná dos outros.

Nunca gostei dos pastéis da empregada, famosos. Quando comecei a gostar, já com meus 16 ou 17 anos, a empregada morreu e pouco guardei daquele sabor. Os demais, no entanto, ficaram: as cocadas, em formato de losango, estão sendo mordidas por mim agora mesmo. O já citado capeletti, e sua maciez recheada de molho de tomate que vejo no lugar deste teclado. O guaraná e a coca nas garrafinhas de 290 ml (que, hoje, todo mundo diz que é melhor dos que em lata) deixam os olhos vermelhos enquanto falo.

Por alguma razão, pouco me lembro de estar na mesa dos adolescentes. As crianças foram se tornando mais raras, e a mesa das crianças cresceu junto conosco. Jamais gostei da mesa dos adolescentes.

Perto do espaço das crianças, havia um microondas. Que tecnologia! Na tenra infância, aquele provavelmente devia ser um dos primeiros na região (e provavelmente funciona até hoje). Para mim, seu uso limitava-se a apenas uma função: pão francês (ou "pão de padeiro", como sempre chamamos em casa) esquentado com manteiga. A empregada colocava os pães dentro do forno. Trinta segundos depois, saíam fumegantes e amolecidos. A nós, crianças, não importava que, poucos milésimos após, ele já estava borrachudo e frio. O que importava era passar a manteira nele e devorá-lo gostosamente.

Na mesma bancada do microondas, havia um armário onde minha avó deixava o Estadinho (pra quem não sabe, a edição do "O Estado de S. Paulo" pra crianças). Todo domingo, quando eu entrava pela grande porta, já seguia à direita para pegar o jornal. Começava ali minha paixão pelo jornalismo? Não, ela já existia dos tempos de Tio Patinhas e Disney Especiais. Mas isso é outra história.

Por fim, quando entrava em grandes lojas de departamento, com minha mãe, adorava passar as mãos e os braços pelas roupas que estavam em araras circulares, espalhadas pelas lojas. A sensação na pele das roupas, uma depois da outra, raspando pelo braço, era ótima. Alguns setores, como os de camiseta de algodão, eram melhores. Os de pesados blazers, irritavam tanto quanto aquele fajuto arminho do encosto do banco traseiro do Santana 89.

Ainda assim, eu não podia imperdir-me de abaixá-lo e repousar ali. Saudades da infância.

domingo, 3 de agosto de 2008

Paellas Pepe, comida espanhola no quintal

Cozinha em família: a panelinha acima era só o que restou, no fim do almoço

Nem pense em chegar de repente ao restaurante Paellas Pepe. Lá, só com reserva confirmada. Assim, a família pode se planejar sobre quanto de paella deve ser feito. Família? Sim, esse restaurante espanhol é mais um daqueles que começaram como pequenos almoço para os amigos, cresceram e passaram a contar com gente "de fora" (normalmente, são os melhores).

A paella, especialidade da casa que me foi indicada por Rodrigo Padron (e é "paelha" mesmo, e não "paeja", como dizemos na América Latina), é feita na versão valenciana - calma, não sei todos os tipos, mas sei que essa não leva carne de porco. A receita era do pai, espanho legítimo, que passou pros filhos, e já está com os netos. Aliás, a família toda trabalha no local, que aceita até 100 pessoas e faz eventos fora da casa também.

O camarão e o lagustin servem como "tampa" pro arroz ferver

Sineta | A paella só é servida a partir das 14h, mas vale chegar antes. Ao meio-dia, a mãe e um dos filhos começam a preparar o prato - ali mesmo, do lado das mesas, em duas enormes panelas (enormes mesmo, cada uma comporta 30 kg, que servem 45 pessoas ). A preparação é lenta, mas o tempo voa. Dois músicos muito bons cuidam do som ambiente - com direito a músicas espanholas, entre outras - enquanto os clientes vão bebendo sangria e enganando a fome com alguns tapas.

Quando dá 14h, enfim, os cozinheiros tocam uma sineta: é hora de atacar! Mas ninguém ali pega a comida por conta própria: os próprios cozinheiros servem, para selecionar um pouco de tudo que vai no prato: além do arroz, frango, camarões enormes, mexilhão, marisco, mexilhão, polvo, lula, legumes, o açafrão tradicional e, por cima, gigantescos lagustins - que precisam de prática para serem comidos, conforme este blogueiro (olha, sou blogueiro?) constatou.


Quase na hora ser servir: "alguns comem até cinco pratos", diz um dos cozinheiros


La dolorosa |O preço é mais um atrativo: a paella é à vontade, ou coma-o-quanto-puder por 35 reais (se você passar de dois pratos, já me assustaria). A sangria (1 litro e meio) sai por 18 reais. Ou seja, beeeeem menos do que qualquer restaurante espanhol mais conhecido. No domingo, a música ao vivo é contemporânea (o que não os impediu de tocar La Barca, que meus pais, o Raphael, meu irmão e eu acompanhamos efusivamente), mas nos jantares, costumam rolar shows de flamenco, a dança típica da Espanha.

Serviço | Paellas Pepe (http://www.paellaspepe.com.br/)