quarta-feira, 31 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Senna, 50

Já coloquei essa foto aqui antes. Pra mim, fantástica. O piloto, sem sua máquina. Desamparado, desligado do que mais necessita. E o rosto de Ayrton mostra bem isso. Clique na imagem, amplie-a, e veja com mais detalhes e tente interpretar esse momento.

Mesmo sumido do blog, faço questão de aparecer aqui apenas para deixar um registro sobre os 50 anos que Ayrton Senna faria.

Para mim, nada mudou. E continuo indo ao cemitério do Morumbi duas vezes ao ano, para prestar meus respeitos, desde 1995. A mídia apenas concentra as atenções quando os números são redondos.

Senna foi meu primeiro grande herói. Contribuiu muito na formação de minha personalidade. O tempo passou, claro, e hoje já não existe mais aquela idolatria. Já não recorto jornais, compro revistas e gravo especiais. Existe uma admiração, uma saudade gostosa. Uma tristeza de saber que o mundo perdeu o duelo que teria com Schumacher.

De seu legado, ficou minha paixão eterna pela Fórmula 1, pela velocidade, pelos karts. Ficou minha fé. Minha vontade de deixar algo pro mundo. E a certeza de que mesmo os heróis não duram pra sempre.

quarta-feira, 3 de março de 2010

(Very)Coldplay


Lá longe, o telão: o palco, então, esqueça

Como prometido, aqui segue um breve texto sobre o show do Coldplay, que ocorreu anteontem no Estádio do Morumbi e contou com minha presença na plateia. Breve mesmo, já que nem fiquei até o fim da apresentação.

Localização é tudo: nos shows da Madonna, Beyoncée e AC/DC, eu estava na numerada. A cadeira não era a melhor, mas era uma cadeira. Você podia sentar e esperar pelo tradicional atraso dos artistas. No Coldplay, eu estava na pista. Pista lotada. Pista terrível. Cheia. Cheiro de maconha forte, em todos os locais. Antes tivesse surtido efeito. Drogado, talvez aquele local fosse bom. O público era adolescente.

Para entrar, uma fila considerável. Cheiro de urina pelas calçadas. A banda não demorou muito. E tocou lá seus sucessos. O público até curtiu.

Mas eu não. A visibilidade estava péssima. Mulheres levantadas nos ombros dos namorados tapavam a visão que já era ridícula. Não era possível se mexer nem dançar. Estava chato.

Localização é tudo: Coldplay não é uma banda para tocar no Morumbi. Gritos de "aumenta o som" eram comuns no estádio. O estilo de som não empolga - pelo menos, não naquele contexto. Acalma, na verdade. Coldplay deveria tocar em um local como o Credicard Hall ou similar. A música é bem tocada, mas só. Teve uma só em voz e piano que foi quase anestésica.

Se eles são bons? São ruins? Para mim foram normais. Só isso. Já disse no Twitter: a melhor música da noite foi quando eles tocaram "Parabéns pra você", já que era a data especial de um dos caras da banda. Talvez bem instalado eu gostasse um pouco mais, mas o fator pista foi crucial para o tom pessimista deste texto.

No fim do show, uma surpresa: eles deram o CD mais recente da banda. Assim, completo, de graça. Achei bacana, vou ouvir. Acho que vou curtir (bem) mais o Coldplay no conforto do lar do que naquele inferno.