domingo, 4 de março de 2007

Anão: Um clássico das baladas que entram pra (minha) história



Inferno Eletrônico


O dia em que anunciei minha retirada das baladas


Há tempos que eu já vinha pensando nisso. Afinal, desde adolescente não fui fãs das chamadas "baladas" - aliás, na época em que comecei a ir nelas, ainda nem era usado esse nome. Acho que simplesmente íamos pra "night", ou pra "danceteria", algo assim.


O tempo chega para todos nós. Pra mim, acho que sempre chegou um pouco antes. Claro, afinal sempre convivi com pessoas mais novas que eu na escola. Até hoje sou, entre essa turma, alvo de piadas sobre o tema.


Mas voltando às baladas. Desde que passei pela 3ª Grande Mudança, saí para eventos como esse duas vezes. As duas foram terríveis. E decidi, finalmente, anunciar algo que já queria fazer há uns 10 anos. Não vou mais em baladas.


Calma, há exceções. Um aniversário, baladas com música ao vivo, ainda são bem-vindas. Não pretendo me tornar um ermitão que odeia todo e qualquer programa noturno em danceterias.

Porém, quando se trata de ir à baladas com "música" eletrônica, nem pensar. Chega.


Atingimos um ponto em nossa vida em que começamos a exigir alguns confortos, não é mesmo? Sempre falo disso com um amigo meu. Não é frescura. É simplesmente a idade. Chega de programas duvidáveis, dores de cabeça desnecessárias, acomodações que cheiram mal, coisas assim. No entanto, apesar das conversas com o amigo aí de cima serem tão boas, era justamente ele um dos que estava comigo ontem, naquele lugar horrivelmente lotado, apertado, fedendo a cinzeiro e sem dar a menor chance de uma conversa amigável com qualquer semelhante.


Sim, confesso que eu também sou um pouco culpado nisso. Nunca gostei de coisas assim. "Ficar" por ficar nunca existiu pra mim. A idéia de não saber quem é a pessoa que está com você naquele momento é muito estranha pra mim. Romantismo? Covardia? Insegurança? Acho que nada disso. Só sou assim, e assim sou feliz.


Ontem, o local em que estávamos era algo como a antesala do inferno - eu sei que estou exagerando, mas me dá um desconto, estou nervoso. A batida forte daquele ritmo que alguma ameba - que não deve saber achar o "dó" no piano - algum dia chamou de "música" eletrônica é simplesmente aterrorizante! Quem algum dia conseguiu classificar aquilo como "música"???


Aquilo não é canção, não tem melodia, não tem sentimento, não tem paixão, não tem imperfeições, não tem rima, não tem sequência. A "música" eletrônica é um barulho que mais lembra a seqüência de Laranja Mecânica com a lavagem cerebral. Só que lá ainda é melhor, pois ao menos a música é clássica!


Antes de ir à deprimente balada, recebi um conselho de uma namorada de um enorme amigo. Deveria ter ouvido, seguido. Mas, ao menos aprendi. Vale isso, não?

O lugar em que estava com eles continha música. Fosse ao vivo, fosse no aparelho de som. Tinha bateria, tinha voz, tinha respiração e era humanizada.


Saí de um local onde me sentia muito bem. Pleno. Mandei uma mensagem a uma amiga: "estou me sentido feliz". Estava onde queria estar, com os amigos, ouvindo um som, bebendo umas. Lógico, outros amigos poderiam melhorar ainda mais a festa, mas naquela tarde, tudo estava perfeito pra mim.


A mudança de um ambiente para o outro foi tão drástica, brusca que me fez abreviar essa decisão há muito planejada: não vou mais à baladas. Não suporto "música" eletrônica. Não suporto o olhar das pessoas-robô, em seus olhares hipnóticos, dançando ao som das batidas de baterias fajutas que jamais receberam o toque humano.


Nunca fui um rato de baladas. Portanto, acho que não vou fazer a mínima falta nesse meio. Felizmente, ainda tenho muito rock and roll, blues, moda de viola, country, jazz e afins para me consolar diante de tão abrupta decisão e perda.


Sou um mais novo adepto à campanha "Não use drogas! Não ouça 'música' eletrônica". Não sei se já existe, mas que dá vontade de criar pelo menos uma comunidade no Orkut, isso dá.



P.S: Ah, e caso alguém tenha ficado ofendido com o que disse sobre as baladas eletrônicas, cada um na sua. É possível ir até elas e ainda ser uma pessoa encantadora. Mas, de qualquer forma, isto é um blog, ou seja, é a minha opinão e quem não quiser, é só não ler.


P.S 2: Não sei nem a razão de ter falado isso... Quem vê pensa que os 4 leitores regulares vão se incomodar tanto...

10 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente tenho que concordar (somente na parte da balada de sábado)com o Luis mas, não podemos deixar de comentar que estávamos completamente embriagados e que já estávamos indo para nossa 2ª PEQUENA fila de porta de danceteria. Até eu que sou um amante das baladas fiquei completamente irritado e apliquei um boicote antes mesmo de adentrarmos ao recinto. Estou pensando seriamente em me desligar completamente das baladas....rs.....brincadeirinha...rs...
Abraços, 13

natalia disse...

eu não me incomodo. tbm odeio baladas... e já admiti isso há um pouco de tempo. não vou! não vou! e não vou!
seja mais feliz agora com essa decisão.
beijo saudoso

natalia disse...

eu não me incomodo. tbm odeio baladas... e já admiti isso há um pouco de tempo. não vou! não vou! e não vou!
seja mais feliz agora com essa decisão.
beijo saudoso

Anônimo disse...

Na verdade talvez agora sejam 5 leitores Sr. Jornalista...
Comovida com seu relato, faço parte dessa classe e apoio firmemente sua decisão e despedida!
Um beijo grande...

Luís Joly disse...

...E, com o meu comment incluso, temos um novo recorde no número de posts!

Sabia que ia dar polêmica! 4 comentários!!!!

Ok ok, 1 foi pq eu pedi, outro está repetido e ó último é do próprio blogueiro... Mas isso são detalhes...

Ju Monteiro disse...

Faço minhas as suas palavras!

No Carnaval conheci uma "rave", pagava pra ver vc lá, Lu..

Não adianta, música tem q ter letra - mesmo q seja fraca.

Mas me conta o nome desse "pedacinho do inferno" em SP?

Bjs,

Luís Joly disse...

Para os curiosos, a balada em questão era o Vegas, na Augusta.

Por um acaso do destino, caí naquela pocilga (lugar sujo, imundo ou inteiramente desorganizado) nos últimos três fins-de-semana.

Não gostei nem da primeira vez, imagina nas demais.

Assim, o adeus é não somente ao gênero, mas especialmente ao Vegas (por sinal, ao lado da casa "Babilônia", descrito pelo promotor na porta como "um local com ambiente familiar").

Elis Monteiro e Guilherme disse...

Bonito, eu concordo com vc. Balada de música eletrônica? Tô fora! Não é questão de idade não, é questão de bom senso mesmo.
Saudades de ti, paulista
beijos
Elis

Caru disse...

Mas esse Vegas não é de black music???
Ai, meu Deus!!!! Foderam até a black music????

Anônimo disse...

Nao sei o que esta melhor, o texto do autor ou os comentarios....Ouso dizer que foi o melhor post que li ate entao, do autor e dos participes.
Em tempo, tb nao frequento estes ambientes hostis e inospitos.
PP