Em Congonhas
Viagem mesmo, só literáriaCá estou, no aeroporto de Congonhas, São Paulo. Vôo, atrasado como sempre. Ao som de "Right To Be Wrong", de Joss Stone, apinhado de seres ao meu redor, informo aos passageiros que não tenho do quê me queixar - exceto, claro, do atraso e do anterior cancelamento do Coopertax que não chegou a tempo.
Aproveito a canção, que vai chegando ao fim, para metaforizá-la. Afinal, eu tenho o direito de estar errado, e meus erros me tornarão mais forte. Devido a reposicionamento de sentimentos, meu embarque ainda não aconteceu.
Ontem, me falaram da importância das metáforas. E acho que vou começar a usá-las mais. Sabe, a música da Joss Stone já acabou há algum tempo, mas os sensos ainda não mudaram.
A escolha de assento é livre. Ninguém sabe ao certo o que se tornará. Mas a certeza é que o vôo sempre chega depois. Pegamos filas, mesmo sem saber para onde são, nem se queremos o que vão nos dar. Só aceitamos, sem tosse.
Nos encontramos em solo. Temos certeza, porém, que nosso cartão de embarque errante garante a volta? Sempre atentos ao sistema de som, será que queremos ouvir o que a voz estridente tem a nos dizer?
Pela atenção, obrigado.
Pelas dúvidas, vai pro inferno.
Pêlos, por que tê-los?
Medos, por que temos?
Saúde não se diz quando alguém espirra. Mas alguns dizem. E mesmo aqueles com crianças de colo não terão prioridade.
A escolha é livre, e vale a lei da selva. Atenção para a chamada: sejam felizes. ¿Quien habla?
Com sua atenção, com meu tesão, com toda a tensão, o chefe da taba maior comandou. Mas convenceu? Jingles surgem para sua persuasão, pringles para alimentação. Abraços, nem só para compaixão. E o que se tornaria algumas linhas vira uma vida, e uma via.
E sim, eu também escrevo torto por linhas certas. O sujeito aqui, por exemplo, não se aguentou. A paciência dá o tom. Tom em mi, como Missão Impossível no ar.
Impossível mesmo parece ser o embarque.
Possível é amar.
Só falta a quem.
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