Sensação ruim # 2
Por que fui dormir tão tarde, pensava enquanto tentava, de forma atabalhoada, se vestir. Não dá tempo de tomar banho, vai assim mesmo. Calça e camisa social, cinto e sapatos que pouco combinavam. Isso não era o importante. Tinha uma reunião de negócios logo cedo e havia perdido a hora. Em sua cabeça, as atividades corridas que protagonizava eram apenas divididas com imagens de seu superior, pensativo, lamentando com a cabeça o atraso do funcionário - no caso, ele.
Escovou o dente muito rápido. O perfume, mal teve tempo de passar por um ligeiro spray. Pescoço e pulso esquerdo, está pronto. Desce correndo as escadas. Dá tempo para comer, discute consigo mesmo mentalmente. Talvez uma granola? Não, melhor não.
Batendo as mãos no bolso, corre para fazer o check list final. Carteira? Documento? Celular? Cartão corporativo? Carteira? Carteira! Diabos, onde está a carteira? Subiu, pulando dois degraus a cada um, em busca do item mais importante do dia. Somente a carteira perdida já seria ruim, mas ele a achou.
Ah, que bom. Parte do peso saiu de seus ombros degrau abaixo, mas voltaram logo. Estou atrasado! Chave do carro, atravessou a porta loucamente, não se dando ao trabalho sequer de tocar na aldrava. A chave apenas serviria para trancar a porta. Correu em direção ao carro e, de relance, olhou o horário no painel antes de inserir o objeto metálico no contato. Até que não estou tão atrasado, pensou. Iria dar tempo, afinal.
Não deu.
Algum infeliz havia usado o carro na noite anterior. E, lamentavelmente, deixara o bólido amador com o tanque na reserva. Aquela foi a hora em que pensou em amaldiçoar todos os podres que tomavam aquela atitude. Quis sair da garagem e acelerar de forma assassina pelas ruas da lotada cidade. Raivoso, espumante, nada mais importava. A reunião e seu chefe podiam explodir. Tudo que ele faria seria dizer a tudo e a todos o quanto queria matar e morrer.
Em vez disso, foi ao posto e mandou completar.
Escovou o dente muito rápido. O perfume, mal teve tempo de passar por um ligeiro spray. Pescoço e pulso esquerdo, está pronto. Desce correndo as escadas. Dá tempo para comer, discute consigo mesmo mentalmente. Talvez uma granola? Não, melhor não.
Batendo as mãos no bolso, corre para fazer o check list final. Carteira? Documento? Celular? Cartão corporativo? Carteira? Carteira! Diabos, onde está a carteira? Subiu, pulando dois degraus a cada um, em busca do item mais importante do dia. Somente a carteira perdida já seria ruim, mas ele a achou.
Ah, que bom. Parte do peso saiu de seus ombros degrau abaixo, mas voltaram logo. Estou atrasado! Chave do carro, atravessou a porta loucamente, não se dando ao trabalho sequer de tocar na aldrava. A chave apenas serviria para trancar a porta. Correu em direção ao carro e, de relance, olhou o horário no painel antes de inserir o objeto metálico no contato. Até que não estou tão atrasado, pensou. Iria dar tempo, afinal.
Não deu.
Algum infeliz havia usado o carro na noite anterior. E, lamentavelmente, deixara o bólido amador com o tanque na reserva. Aquela foi a hora em que pensou em amaldiçoar todos os podres que tomavam aquela atitude. Quis sair da garagem e acelerar de forma assassina pelas ruas da lotada cidade. Raivoso, espumante, nada mais importava. A reunião e seu chefe podiam explodir. Tudo que ele faria seria dizer a tudo e a todos o quanto queria matar e morrer.
Em vez disso, foi ao posto e mandou completar.
2 comentários:
hahahahaha...
amei "Donald! Donald! Não toque na aldrava", disse a Margarida.
amei o "bólido amador".
Looking forward para ler mais Sensações Ruins.
bj
Então, parece uma manhã como qualquer outra minha...exceto pela ordem de completar no posto...normalmente, as minhas manhãs são contando moedas e dizendo:
- Coloca R$6,45 de gasolina comum, por favor?
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