quinta-feira, 22 de abril de 2010

Na mesma


Pra variar chego na sala e aqui não há ninguém. Há uma nuance de angústia no meu ser. O medo de crescer e de notar que esse medo nada muda a não ser a mesmice de mudar merda nenhuma. Me mexo, me machuco, misturo morfina e medicina, nadando em meio a minas de minério novo. Não há meio de mesclar minhas manias com o nada que magnetiza o momento.

Mudei, negando murmúrios e nutrindo um medo nostálgico. Nessa mistura maléfica, ninguém notou que nem meus amigos ou minhas mulheres negaram que eu era mais do mesmo. Nada, nada me mudou. Meses passaram, medos minguaram e mesmo minha mãe neutralizou esse mistério que eu mantinha manhoso.

Na hora que me esmurraram, me rendi, desnorteado. Ah, muito se muda sobre mentiras. Mas, na hora matreira em que o murro é bem no meio, nem mesmo um eunuco não nega o que mentaliza com mantras de nudez. Mientras tanto, minha sala no meio do nada segue na mesma. nada mudou e amanhã me dirijo ao mesmo norte, que tanto machuca, mortifica, mas embriaga e enaltece o meu nó.

Observação do autor: calma, gente. Não é bigráfico. Apenas reconheci que tenho um talento especial em criar textos melancólicos.

3 comentários:

Iara De Dupont disse...

Oi, gostei do post! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com

Vitor disse...

Muito talento, diga-se de passagem.

Phil disse...

M, N, M, N, M, N. Genial.