Em 1974, Elvis fez mais uma excêntrica reforma em sua casa. Transformou um dos cômodos da casa, e deixou-o ambientado como uma selva. Carpete imitando grama, chafariz, sofás com peles de animais... Não demorou muito para que a sala ganhasse o nome de Jungle Room (sala da selva). Seria apenas mais uma sala brega em Graceland (para muitos desavisados, é), não fosse o detalhe que, em 1976, o cada vez mais recluso Elvis gravaria, nesta sala, o último disco de sua carreira. O cantor recusava-se tanto a ir ao estúdio gravar novos discos, que a RCA decidira levar um estúdio móvel à casa dele. O local da gravação das faixas que estariam presentes em Moody Blue, seu último disco? Jungle Room. Se quiser ouvir as canções desse disco, procure o álbum The Jungle Room Sessions, da FTD. Vale a pena.
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
Água na Caipirinha
Por Luís Joly
A conclusão da etapa japonesa da Fórmula 1 acabou por revirar totalmente a decisão do campeonato. Tudo se mostrava favorável para o alemão, que, como em um roteiro ao melhor estilo de Hollywood, sairia triunfante, com seu oitavo título, rumo à merecida aposentadoria. Talvez a quebra de seu motor – algo raro – até seja parte desse roteiro, mas a verdade é que mesmo os mais fanáticos tifosi mostram-se muito confiantes para uma surpresa na derradeira etapa brasileira. Alonso recebeu a vitória no colo, e viu-se no pódio exatamente a imagem inversa do resultado da etapa Chinesa, 1 semana antes. Massa, isolado e cercado por seus rivais, fez o papel que coube a Alonso na China.
Para o Brasil, uma série de desilusões servem de registro na última semana. A primeira, ainda sombra da etapa anterior, na China, em que tanto Massa como Barrichello envolveram-se em acidentes pouco convincentes e fizeram feio. No caso do piloto da Honda, o caso foi ainda pior, já que notoriamente trombou-se com o alemão Nick Heidfeld, de maneira no mínimo estapafúrdia, e saiu ileso de uma punição severa por parte da FIA.
Nos treinos do Japão, Massa parecia ter se redimido com a conquista da pole em cima de seu companheiro, mas ao longo da prova acabou perdendo o segundo lugar para Alonso – que, mais tarde, tornaria-se liderança com o abandono de Schumacher.
A segunda desilusão brasileira veio em forma de despedida. Suzuka, autódromo tão significativo para nossa história na categoria, despede-se na Fórmula 1 após ser usado pela primeira vez em 1987. Já naquele ano, inclusive, deu o título a Nelson Piquet, após o atabalhoado Nigel Mansell bater forte nos treinos e ficar fora da corrida. Suzuka pode até voltar no futuro, mas já não terá o mesmo brilho que teve no passado. No curioso circuito em formato de “8”, Nelson Piquet e Ayrton Senna deixaram suas marcas, com quatro títulos. Desde o último, de Senna em 1991, a pista não teve mais a mesma importância para o Brasil. Mesmo assim, deixará saudade.
Alonso, ao vencer uma corrida que não trazia bons prognósticos a ele, portou-se como melhor amigo de todos os integrantes da Renault. Nem de longe lembrava o sisudo jovem que passou a semana atacando seus próprios companheiros, acusando-os de não o favorecer na equipe. Pelo contrário, lembrava muito mais Michael Schumacher, que vibrou como nunca na China. No Japão, Schumacher mostrou mais uma vez que os tempos em que trocava sopapos com seus companheiros se foram. Resignado, chegou aos boxes cumprimentando colegas de trabalho, e revelando nas facetas de seu rosto a impotência de todo piloto ao ver que seu carro o deixou na mão na pior hora – se é que exista alguma hora boa para quebrar.
Por fim, a última e pior desilusão da terra do samba. A vitória de Alonso sem que Schumacher sequer figure entre os demais sete que pontuam é uma decepção para todos por aqui. Os comerciantes, que estamparam “O Duelo Final” em outdoors, com o rosto dos dois protagonistas na luta pelo título, certamente temem pelo pior. A torcida, que muito lutou para conseguir um ingresso, teme enfrentar o caótico trânsito paulistano para ver uma prova monótona. Até mesmo a Rede Globo já deve estar menos confiante em um excelente índice de audiência.
É certo que o título não está definido, mas a quebra no motor do alemão faltando 17 voltas foi uma verdadeira ducha de água fria. Pior; o impensado abandono caiu como água na caipirinha da torcida brasileira.
Por Luís Joly
A conclusão da etapa japonesa da Fórmula 1 acabou por revirar totalmente a decisão do campeonato. Tudo se mostrava favorável para o alemão, que, como em um roteiro ao melhor estilo de Hollywood, sairia triunfante, com seu oitavo título, rumo à merecida aposentadoria. Talvez a quebra de seu motor – algo raro – até seja parte desse roteiro, mas a verdade é que mesmo os mais fanáticos tifosi mostram-se muito confiantes para uma surpresa na derradeira etapa brasileira. Alonso recebeu a vitória no colo, e viu-se no pódio exatamente a imagem inversa do resultado da etapa Chinesa, 1 semana antes. Massa, isolado e cercado por seus rivais, fez o papel que coube a Alonso na China.
Para o Brasil, uma série de desilusões servem de registro na última semana. A primeira, ainda sombra da etapa anterior, na China, em que tanto Massa como Barrichello envolveram-se em acidentes pouco convincentes e fizeram feio. No caso do piloto da Honda, o caso foi ainda pior, já que notoriamente trombou-se com o alemão Nick Heidfeld, de maneira no mínimo estapafúrdia, e saiu ileso de uma punição severa por parte da FIA.
Nos treinos do Japão, Massa parecia ter se redimido com a conquista da pole em cima de seu companheiro, mas ao longo da prova acabou perdendo o segundo lugar para Alonso – que, mais tarde, tornaria-se liderança com o abandono de Schumacher.
A segunda desilusão brasileira veio em forma de despedida. Suzuka, autódromo tão significativo para nossa história na categoria, despede-se na Fórmula 1 após ser usado pela primeira vez em 1987. Já naquele ano, inclusive, deu o título a Nelson Piquet, após o atabalhoado Nigel Mansell bater forte nos treinos e ficar fora da corrida. Suzuka pode até voltar no futuro, mas já não terá o mesmo brilho que teve no passado. No curioso circuito em formato de “8”, Nelson Piquet e Ayrton Senna deixaram suas marcas, com quatro títulos. Desde o último, de Senna em 1991, a pista não teve mais a mesma importância para o Brasil. Mesmo assim, deixará saudade.
Alonso, ao vencer uma corrida que não trazia bons prognósticos a ele, portou-se como melhor amigo de todos os integrantes da Renault. Nem de longe lembrava o sisudo jovem que passou a semana atacando seus próprios companheiros, acusando-os de não o favorecer na equipe. Pelo contrário, lembrava muito mais Michael Schumacher, que vibrou como nunca na China. No Japão, Schumacher mostrou mais uma vez que os tempos em que trocava sopapos com seus companheiros se foram. Resignado, chegou aos boxes cumprimentando colegas de trabalho, e revelando nas facetas de seu rosto a impotência de todo piloto ao ver que seu carro o deixou na mão na pior hora – se é que exista alguma hora boa para quebrar.
Por fim, a última e pior desilusão da terra do samba. A vitória de Alonso sem que Schumacher sequer figure entre os demais sete que pontuam é uma decepção para todos por aqui. Os comerciantes, que estamparam “O Duelo Final” em outdoors, com o rosto dos dois protagonistas na luta pelo título, certamente temem pelo pior. A torcida, que muito lutou para conseguir um ingresso, teme enfrentar o caótico trânsito paulistano para ver uma prova monótona. Até mesmo a Rede Globo já deve estar menos confiante em um excelente índice de audiência.
É certo que o título não está definido, mas a quebra no motor do alemão faltando 17 voltas foi uma verdadeira ducha de água fria. Pior; o impensado abandono caiu como água na caipirinha da torcida brasileira.
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
terça-feira, 10 de outubro de 2006
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
Em 4 de dezembro de 1956, nos lendários estúdios da Sun Records, em Memphis, Tenessee, quatro figuras históricas registraram um dos maiores momentos da música moderna. Na tarde daquele dia, os ainda pouco conhecidos Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins e Johnny Cash encontraram-se por acaso no estúdio. À época, Elvis, o mais famoso do quarteto, havia acabado de assinar contrato com a gigante RCA - hoje Sony BMG, e liderava entre os rankings de músicas e discos por semanas. Durante cerca de duas horas, os cantores realizaram provavelmente uma das mais famosas jam sessions da história do rock. Sam Phillips, o dono do estúdio e quem revelou os artistas ao mundo, notou que a história o estava dando algo de valor. Foi quando o empresário decidiu gravar a sessão dos artistas. As fitas ficaram esquecidas por muitos anos, como sempre é comum em lendas e histórias similares. Na década de 80, finalmente um LP, chamado "The Million Dollar Quartet", chegou às lojas. O material, no entanto, era incompleto e não seguia a ordem real das músicas.
Vale lembrar, ainda, que a única - e clássica - foto disponível desse encontro é a que aparece na capa do disco acima. Quando Sam Phillips percebeu o quão grande era aquele momento, ligou para um repórter do Memphis Press-Scimitar, jornal local. O repórter rapidamente foi ao local, e teve a oportunidade de realizar a famosa imagem acima.
Após o lançamento do álbum - que mais tarde se tornaria um CD - a Sony BMG traz, cinquenta anos depois, pela primeira vez a gravação completa do encontro. O novo cd, entitulado "The Complete Milion Dollar Quartet" traz 12 minutos a mais de áudio, com canções novas e, também pela primeira vez, na sequência correta. O Cd está disponível pela Internet.
O nome "Milion Dollar Quartet", aliás, foi dado pelo repórter e serviu de título para a matéria que seria publicada no dia seguinte no folhetim. Hoje, claro, 1 milhão de dólares mal paga alguns meses em visitas a Graceland, casa do Rei.
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