Em Interlagos, a mais de 300 km/h numa Ferrari F430
Manhã fria, chuvosa e com ventos gélidos que parecem praticamente nos implorar para permanecer na cama. Talvez até fosse o caso, não estivesse eu prestes a embarcar em uma Ferrari F430 em cinco minutos que nunca passaram tão rapidamente.
O acontecimento ocorreu na última semana. O evento, chamado de Pósitron Racing Day, tinha como principal chamariz uma volta a bordo do bólido vermelho, avaliado em singelos R$ 1,5 milhão (cerca de míseros 3 milhões de reais), pelas curvas do Autódromo José Carlos Pace.
Além da imprensa, clientes foram convidados. Tirar uma foto do carro era tarefa difícil. Fazê-la sem que alguém estivesse ao fundo então, missão quase impossível. Cadastro feito, lá fui eu para a área dos boxes onde a Ferrari estaria me aguardando. Logicamente, estaria somente ao lado do piloto. Este sim, sentiria os quase 500 cv em suas mãos.
Ao ver o carro pela primeira vez, confesso que senti um misto de frustração com admiração. O carro estava ali, OK. Mas, cheio de adesivos promocionais colados na lataria, perdeu um pouco do glamour que cerca a lendária marca italiana. Além do mais, fatores como sujeira, aliados ao próprio cenário do dia – cinza e pálido - tiraram aquela imagem de “Salão do Automóvel” que costumam preencher nossas mentes. Não era um carro tilintando, reluzente, ao lado de uma linda modelo. Não vi nada disso por lá – incluindo a modelo – mas, inegável o fato, era uma Ferrari.
A impressão só começou a mudar mesmo quando embarquei no carro - mesmo assim, não tão rapidamente. O painel empoeirado, somados aos tapetes molhados e sujos, mais uma vez, tiraram a ideologia que tinha de encontrar um carro brilhando. Uma vez colocado o cinto, chegou a hora de acelerar.
E aí tudo mudou.
Na saída, receoso, o piloto Jorge Neto expressou sua preocupação com o piso molhado – a chuva fina ainda tomava de assalto o conforto da imensa fila que aguardava sua vez de andar na Ferrari. Em poucos segundos – ou até 4,1, segundo divulga a fábrica - o carro já atingia 100 km/h, e ainda estávamos dentro dos boxes. No sentido contrário.
Neto deu um belo giro de 180º para iniciar a volta em Interlagos, a partir da reta dos boxes. Aquela foi minha primeira volta dentro do autódromo de Interlagos. Um circuito com curvas que já estou cansado de conhecer, desde os tempos de infância quando ainda sonhava ser um piloto. Mas foi somente ali, ao vivo, na pista, que percebi não conhecer nada, na verdade. Curvas que pareciam abertas eram fechadas; as lentas, eram rápidas. E retas, até então curtas pra mim, foram longas e instigantes.
No meio do trajeto, Neto deu uns giros (ou os famosos “cavalos-de-pau”) com a Ferrari, enquanto contorcia os dedos, que subiam e desciam as marchas atrás do volante, no formato “borboleta”. O volante, aliás, traz o botão engine start, que por vezes me deixava na dúvida: era um carro de passeio ou um Fórmula 1?
O acontecimento ocorreu na última semana. O evento, chamado de Pósitron Racing Day, tinha como principal chamariz uma volta a bordo do bólido vermelho, avaliado em singelos R$ 1,5 milhão (cerca de míseros 3 milhões de reais), pelas curvas do Autódromo José Carlos Pace.
Além da imprensa, clientes foram convidados. Tirar uma foto do carro era tarefa difícil. Fazê-la sem que alguém estivesse ao fundo então, missão quase impossível. Cadastro feito, lá fui eu para a área dos boxes onde a Ferrari estaria me aguardando. Logicamente, estaria somente ao lado do piloto. Este sim, sentiria os quase 500 cv em suas mãos.
Ao ver o carro pela primeira vez, confesso que senti um misto de frustração com admiração. O carro estava ali, OK. Mas, cheio de adesivos promocionais colados na lataria, perdeu um pouco do glamour que cerca a lendária marca italiana. Além do mais, fatores como sujeira, aliados ao próprio cenário do dia – cinza e pálido - tiraram aquela imagem de “Salão do Automóvel” que costumam preencher nossas mentes. Não era um carro tilintando, reluzente, ao lado de uma linda modelo. Não vi nada disso por lá – incluindo a modelo – mas, inegável o fato, era uma Ferrari.
A impressão só começou a mudar mesmo quando embarquei no carro - mesmo assim, não tão rapidamente. O painel empoeirado, somados aos tapetes molhados e sujos, mais uma vez, tiraram a ideologia que tinha de encontrar um carro brilhando. Uma vez colocado o cinto, chegou a hora de acelerar.
E aí tudo mudou.
Na saída, receoso, o piloto Jorge Neto expressou sua preocupação com o piso molhado – a chuva fina ainda tomava de assalto o conforto da imensa fila que aguardava sua vez de andar na Ferrari. Em poucos segundos – ou até 4,1, segundo divulga a fábrica - o carro já atingia 100 km/h, e ainda estávamos dentro dos boxes. No sentido contrário.
Neto deu um belo giro de 180º para iniciar a volta em Interlagos, a partir da reta dos boxes. Aquela foi minha primeira volta dentro do autódromo de Interlagos. Um circuito com curvas que já estou cansado de conhecer, desde os tempos de infância quando ainda sonhava ser um piloto. Mas foi somente ali, ao vivo, na pista, que percebi não conhecer nada, na verdade. Curvas que pareciam abertas eram fechadas; as lentas, eram rápidas. E retas, até então curtas pra mim, foram longas e instigantes.
No meio do trajeto, Neto deu uns giros (ou os famosos “cavalos-de-pau”) com a Ferrari, enquanto contorcia os dedos, que subiam e desciam as marchas atrás do volante, no formato “borboleta”. O volante, aliás, traz o botão engine start, que por vezes me deixava na dúvida: era um carro de passeio ou um Fórmula 1?
E o F430 é um pouco das duas coisas. O carro conta com diversas tecnologias vindas do circo da F1, como volantes inteligentes, ou controle do diferencial, que “gruda” o veículo ao solo. Gruda, mas o talento do piloto ajuda. Jorge Neto confessou a dificuldade em segurar o carro na pista molhada, e ainda comparou a Ferrari ao stock-car que dirige em campeonatos. “O número de cavalos é o mesmo, mas o stock é mais leve”, diz, pouco antes de um sorriso previsível.
Na reta dos boxes, não cheguei a olhar o velocímetro para saber se o carro chegou aos 310 km/h prometidos pela empresa. Mesmo assim, a velocidade, aliada ao ronco do motor, impressiona.
Fim da volta, de volta ao mundo real, semáforos e faixas de pedestre. Chegando ao meu carro, notei como o tapete estava limpo e bem cuidado. O painel não tinha pó, tampouco eu ostentava propagandas na parte externa. Mas foi só puxar uma segunda, enquanto saía do estacionamento, para ver a Ferrari, ao longe, rodando pelo circuito, com o felizardo da vez. A uma distância tão grande quanto a que me separa dos milhões de reais que a comprariam.
Na reta dos boxes, não cheguei a olhar o velocímetro para saber se o carro chegou aos 310 km/h prometidos pela empresa. Mesmo assim, a velocidade, aliada ao ronco do motor, impressiona.
Fim da volta, de volta ao mundo real, semáforos e faixas de pedestre. Chegando ao meu carro, notei como o tapete estava limpo e bem cuidado. O painel não tinha pó, tampouco eu ostentava propagandas na parte externa. Mas foi só puxar uma segunda, enquanto saía do estacionamento, para ver a Ferrari, ao longe, rodando pelo circuito, com o felizardo da vez. A uma distância tão grande quanto a que me separa dos milhões de reais que a comprariam.
Um comentário:
Assim como vc preveu....
Adorei o texto, fiquei com uma pontinha (ok, ok uma beeeeela ponta) de ciúmes!
Essas coisas não são pra qqr um, não é mesmo?
Belo texto, orgulhinho da Juju!
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