Valentes são os endinheirados (ou não) narradores que ficam com a missão de transmitir a passagem das Escolas de Samba
Tenho em VHS um material que gostaria muito de passar aqui, mas infelizmente não tenho ainda a tecnologia (leia-se paciência) para converter arquivos - mesmo sendo uma pessoa ligada nessas coisas modernas.
Trata-se de um dos quadros do Vida ao Vivo - note: o Vida ao Vivo, e não o Vida ao Vivo Show. Foram no máximo vinte quadros, no meio do Fantástico, lá pelos idos de 1997. Cresceram tanto que ganharam um horário próprio, com o sobrenome Show. Mas a fase boa foi somente a inicial mesmo.
Comandado por Luís Fernando Guimarães e Pedro Cardoso - e apenas por eles -, o especial satirizava cenas e momentos insólitos da vida. Em cada domingo, um novo tema. Teve adolescência, encontro de amigos de infância, festas chatas, dívidas, etc.
Procurei no You Tube, mas nenhuma alma caridosa colocou lá, um dos quadros que trata justamente do Carnaval. E foi desse quadro que lembrei agora, enquanto via um pouco da transmissão do desfile das Escolas de Samba de São Paulo pela Globo.
No quadro, eles mostram as famosas entrevistas de salão, em que nenhuma informação útil é debatida, e que, em meio ao som infernal, tanto entrevistador como entrevistado não escutam um ao outro. Em outro esquete, apresentadores de um desfile de fantasias tentam narrar as fantasias. Cômico.
Vendo agora Chico Pinheiro confabulando em torno da origem do sorvete, percebo o quanto admiro essas pessoas. Ou então, elas devem ganhar muito bem mesmo (o que é mais um motivo para eu admirá-las). Afinal, passar horas e horas debatendo sobre os temas usados pelas escolas, elogiando plumas, cores e mostrando um entusiasmo que tenta ser passado como autêntico, é admirável mesmo.
Não escondo de ninguém que não me agrada nem um pouco o Carnaval. Respeito a festa, até acho as músicas interessantes, mas ir a um desfile, ainda não é uma prioridade.
Será que sou eu o errado? O Carnaval é realmente uma festa que atrai milhões de pessoas do mundo todo e só eu não gosto? Seria essa festa pagã uma "forma de encontrar o seu verdadeiro eu e exorcisar os demônios da alma humana"*? Felizmente, ainda temos o poder da escolha. Assim, que me perdôe o velho Chico, mas deixei ele no mudo, e a ala das baianas agora dança ao som de "Who'll Stop The Rain", do CCR.
E deixa a vida me levar.
* Trecho usado pelo entrevistador no quadro do Vida ao Vivo mencionado. Se alguém mais se lembrar disso, agradeço. É bom saber que não sou o único que decorou o programa.
4 comentários:
hehehe...eu tb não gosto do carnaval....aliás, minto...rs...gosto pelo fato de ele proporcionar quatro dias inteiros de quebra de rotina e dedicação ao ócio...que pode ser criativo ou não.....rs...
no mais, de novo vc com essa história de "errado"? ..rs....lembre-se: são as outras pessoas que são erradas ou loucas...nós somos "seres" "humanos" "certinhos"...rs.....
bjssssssss
P.S adorei o comentário sobre como fazer com que o seu blog seja mais lido...escrever sobre cabides e bebidas.....muito boa!!!!!
Fui...
E o pior é que eu tenho certeza que vc teria gostado muito de sexta-feira.
Não posso falar o mesmo sobre o Carnaval, tenho lembranças maravilhosas de cada um deles - algumas tão recentes! rs
Ah! Não tenha dó do do Chico Pinheiro por SP e sim pelo Rio. A escola campeã falava sobre o solstício do Amapá! É mole??
Tentei escapar de todas as transmissões de desfile. Ontem, fui visitar minha mãe e ela assistia os melhores momentos do carnaval carioca. Ai, ai...O mais interessante é quando os apresentadores falam da pesquisa dos carnavalescos. Descobrir coisas interessantes sobre a evolução do gás, tem de pesquisar mesmo. Afinal, o bujão mudou pouquinho, né?
bjs, saudades
Em tempo!
Erramos
O enredo da Beija Flor era sobre o equinócio em Macapabá! Facinho de narrar....
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