domingo, 15 de fevereiro de 2009

Rabiscos de um caderno da faculdade


Alguns dizem que recordar é sofrer. Outros, que é viver. Talvez seja ambos. Na falta de criatividade, resolvi recorrer ao que já foi produzido. E parei no enorme caderno da faculdade, que como todos os outros usados por mim, serviam de base para diversos textos e poesias em suas últimas páginas.

Resolvi colocar aqui uma dessas páginas.

Textos curtos, sem título, sem começo, meio ou fim. Sem nexo, cercados por desenhos, repletos de garranchos, falta de espaço e uma criatividade crua. Segue:

Como uma brisa, a vida passa
Como uma folha que volta alto
Como um relógio que nunca pára
O tempo que sempre ruge
Implacável pra todos nós
Ataca quando quer, se deseja

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Tal qual o grito, tal qual silêncio
Tal qual euforia, tal qual tormento
Tal qual certeza, tal qual lamento
Tal qual eterno, tal qual momento

#

Quem sabe um dia, mais alegria
Mais vida
No lugar da morte, mais sorte
A amargura, a feiúra.
O divino, a cura.

#

Milagre, eterno,
É terno.
Eterna idade, a felicidade. Edaduas...saudade.

#

Como um rival que nunca desiste,
Como um pedestre que nunca pára,
O televisor que sempre se assiste
Como uma flecha que sempre vôa
Um sino que sempre sôa.
Como um barulho que ensurdece,
A beleza enaltece.
A tristeza, em profundezas,
As dúvidas e as certezas,
São várias as dúvidas,
As certezas, porém,
Limitam-se a uma
E ela sempre vem

#

Ataca a todos
Como nunca se viu
E até hoje
Sinto frio
Quando vem um arrepio
E me lembro:
"Ayrton Senna do Brasil"

3 comentários:

Vitor disse...

Ah, adorei. Achei muito criativo e fiquei surpreendido com o tamanho do seu caderno que suportou todas essas linhas...

Luís Joly disse...

Imaginei que as pessoas iam achar isso mesmo. Digitando dá a impressão de ser bem maior.

Bom ter sua presença de volta no blog.

Anônimo disse...

Entrando num um clima nostalgia seria compartilhar algo que achei por um acaso revirando alguns arquivos antigos e achei que está adequado ao tema:

Quem eu sou?
Um rastro de falta.
O que eu sinto?
Saudades.