segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sad, but true: Metallica
foi uma decepção


Antes de ler o texto, deixo claro que essa é uma opinião estritamente pessoal e, portanto, relativa. Se você for fã de Metallica, daqueles inflexíveis, recomendo que pare de ler aqui. Caso contrário, aceite o que tenho para dizer abaixo e comente o que achar interessante.

Seguindo em minha odisséia de megashows no Morumbi, agora foi a vez do Metallica. Fã de rock que sou, esperava algo interessante, nos moldes do AC/DC, que me surpreendeu enormemente (veja o post aqui).

Mas os sinais que havia algo errado começaram cedo: saímos de casa, à pé como costume, esperando aquele grupo de cabeludos de camiseta preta, guardadores de carro, PM's e todos os outros figuras que sempre aparecem na área em ocasiões como essa. Mas, ao longo do caminho, foram só os PMs que vimos. Sim, as ruas estavam relativamente vazias. Só vimos mais movimento quando estávamos bem perto do estádio.

Ao entrar em nosso setor (o costumeiro portão 18), mais uma surpresa: nos mudaram para o portão 16 - pista VIP. Assim, do nada. Quando entramos na pista, deu p entender melhor: a arquibancada estava vazia. Então, acho que jogaram os da arquibancada para a numerada (nosso lugar original) e, os da numerada, para a pista VIP. De fato, o show não estava lotado. Longe disso.

Resultado, ficamos na cara da banda. Em um lugar bom, mas com um cheiro péssimo. Sim, lembrava cachorro molhado. E a banda começou a tocar. Antes, o Sepultura abriu - nem chegamos a ouvir, entramos na arena após eles terminarem. O vocalista do Metallica gosta de falar. Acho legal isso.

Mas o que achei da música?

Barulhenta. Pesada demais. Repetitiva. Cansativa. Igual. Todas com aquela guitarra cheia de distorção, fazendo acordes pesados, uma bateria que não para nunca. Uma plateia que simplesmente não se anima com a maioria das músicas - exceto o começo ou o fim delas. A única que mexeu mais foi o hit Nothing Else Matters. No mais, mais do mesmo. Que coisa chata.

Falta ritmo. Falta uma batida mais legal. Falta uma pegada blues, funk, rock'n roll, algo que mexa. Tudo bem ser um rock mais pesado, mas aquilo lá é demais pra mim. Nem fiquei até o fim. Quando o grupo terminou, o vocalista voltou pro bis dizendo que ia fazer covers. Aí animei. Quem sabe eles tocariam algo legal. Nada. Fizeram cover de músicas que parecem as mesmas deles. Terrível.

No segundo cover, fomos embora.

E, que fique claro, os caras tocam bem. Em dados momentos, era possível escutar a música em meio ao barulho. Nas canções mais leves, com violão, os caram mostravam o talento. O guitarrista é exemplar, o baterista manda bem e o vocalista tem um timbre super interessante. Só que eles escondem tudo isso fazendo um barulho que, em alguns momentos, era irritante.

Voltamos para casa secos, mas decepcionados e conformados. Não valeu nada. Não valeu o figurino especial pro show, a caminhada até o estádio, a bagunça perto de casa. Nada. E eu, apenas confirmei algo que já era quase certo: não sou um apreciador desse tipo de música.

Sad, but true.

Obs.: em breve, mudança de figurino e som, no review do show da Beyoncée!

14 comentários:

Ale Scaglia disse...

Joly, eu curto Metallica pra KCT, é bom deixar claro logo de cara. Mas não sou fã xiita, longe disso. Fui ao show de sábado e mesmo ficando com a impressão de que o som poderia (e deveria) ser mais alto, vi um PUTA show. A proposta do Metallica é completamente diferente da do AC/DC, onde você encontrou as sonoridades de "blues, funk ou rock and roll". O Metallica praticamente criou o que se chama de heavy metal - e aí, meu caro, é isso o que você viu mesmo: riffs absurdamente pesados, bateria insana, mudanças de ritmo no meio das músicas. O show que eu vi - eu e os felizardos outros mais de 68 mil presentes no sábado - beirou a perfeição. Os caras tocaram diversos clássicos (sempre faltam vários, verdade), mataram a pau. Sugiro que você leia o post do Rob Gordon (http://champ-vinyl.blogspot.com/2010/01/nothing-else-matters.html) pra ter uma exata dimensão do que foi sábado. Aproveita e coloca o Ride the Lightining pra tocar... ;-)
Abração,
Ale

Henrique disse...

eu gostei de metallica um dia. fui ao show do pq. antartica em 94. aí eles lançaram discos ruins, cagaram com o napster e eu perdi a fé na banda. nem sei o q. tocam hoje, mas não faz falta - soa caça-níqueis mesmo.

Vitor disse...

Procurei alguma coisa pra comentar nesse post mas ficou difícil. Aí só vale lembrar que o AC/DC é melhor que o Metallica porque eles são australianos! Rá!

=(

Luís Joly disse...

Pois é, vc veja que eu tentei. Eu confesso que nem estava muito animado - já imaginei que o som não era a minha cara. Cheguei a ficar na duvida se ia ou não - mas aí poderia perder os ingressos.

No fim, dei uma chance aos meus ouvidos. Mas ficou claro que não é meu estilo. Ainda assim, como falei, percebi que os caras são bons e tenho certeza que, se quisessem, eles fariam versões espetaculares das músicas que gosto. Mas, não é o caso...

Unknown disse...

Joly, respeito a sua opinião, apesar de ela ser exatamente oposta à minha. Ale Scaglia disse tudo: pra quem curte, o show foi maravilhoso e eles fizeram exatamente o que um fã de heavy metal espera: muitos riffs, bateria pesada e rápida, quebra de andamentos, efeitos visuais magníficos, atitude no palco e juras de amor ao estilo e aos fãs. Por isso, não concordo quando vc diz "O Metallica foi uma decepção", pois eles seguiram à risca um show de um estilo que eles ajudaram a definir e são um de seus maiores ícones, junto com o Sepultura. Creio que vc que estava deslocado no local. Mas (já disse isso uma vez) sua iniciativa de "dar uma chance" a sons que não te agradam tanto é interessante.
Abraços.

Luís Joly disse...

Ufa! Estava até com medo de mostrar o post pra vc...Achei que ia acabar comigo! :-)

Juliana Zorzato disse...

Lu!
Adorei o post. E olha que sou fã do Metallica hummm, há exatamente 20 anos. Fui no show em 93 e foi maravilhoso, porque era tourne do black álbum, talvez o mais fraco deles até então, porém o último com a essência deles. O que veio depois eu descarto. Inclusive a fase Metallica "reality show + Bob Rock".
Eu não quero saber o que eles comem, o que conversam dentro do estúdio, mas sim, o que mostram no CD e no palco.
Tudo que eles fizeram até 91 é lindo demais, mas pesado demais também. Por isso concordo com o que o amigo disse, o show de sábado foi bom pra quem é fã, e me arrisco a complementar, fã antes do Black Álbum.
Pra mim, se eles tivessem encerrado o show na quarta música já teria me deixado mais que satisfeita. O resto foi só bônus... Um bônus que infelizmente vou demorar pra ver de novo em nossas terrinhas...

Juliana Zorzato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ju Monteiro disse...

Só peço uma coisa!

Vá ao show da Beyonce, dance Single Ladies, filme e me mande!

Miz u

Luís Joly disse...

Ju (não a Monteiro), eu tinha medo de mostrar esse post para duas pessoas: vc e o Rafael, que felizmente, entenderam meus motivos.

Mas fã é fã. Normal. Eu achei pesado demais mesmo. Sou super aberto para música, mas o gênero deles simplesmente não desce. É barulho demais pra mim.

Luís Joly disse...

Ju (Monteiro): certamente vou filmar o Beyoncée, pode deixar!

Ju Monteiro disse...

Quero ver a sua performance, não a da Beyonce!

Dança vai!!!

Mas que coisa... disse...

Jack, para de ser velho e rabugento. Você não fez um review do show e sim do estilo da banda (que você não gosta).

Unknown disse...

Se você fosse no show de 1999 então, ia querer cortar os pulsos (como eu). No Anhembi não tinha nem estrutura, nem banda no palco. Aquilo sim foi um lixo - mas era na época que o Metallica pintava a unha de preto... haha! Eu fui no domingo, no segundo dia. E achei o som excelente. Decidi de última hora e só xinguei o Metallica (de Merdallica) antes do show. Mas depois, fiquei com a sensação de que os caras estão muito bem. É claro que se você não está predisposto a ouvir barulheira (que é o que eles sabem fazer), então é melhor desencanar. E concordo com o Scaglia... tem que ouvir o Ride the Lightining e lembrar quem foi (e ainda é) o Metallica. Não é mais a minha banda do peito (hoje seriam Rush e Neil Young), mas foi diversão garantida. Abraço!