segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nirvana visual e musical na Sala São Paulo - Parte I

Estação Julio Prestes: o revitalizado centro de São Paulo surpreende

Sou um eterno turista em São Paulo. Assim como no universo da música ou gastronomia, não tenho pressa para descobrir novos segredos, sons e sabores. Adoro andar de táxi pela cidade à noite, por exemplo. Bem devagar vou me encantando, muitas vezes, com o que ainda é básico ou já conhecido pela maioria.

É o caso da Sala São Paulo. Inaugurada em 1999, nunca havia pisado lá antes. Na realidade, o centro de São Paulo é tão conhecido por mim quanto por um turista valenciano. Vergonha? Deixe estar, tudo a seu tempo. Fiquei encantado com a estutura do local, tanto por fora, com a estação Julio Prestes, como por dentro, com a arrebatadora arquitetura em madeira.

Mas o melhor ainda estava por vir. A ocasião? Estava lá para presenciar o lançamento do Nokia E71 com a Vivo. Antes disso, porém, assistiríamos a um concerto com uma apresentação do quarteto OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) com a pianista russa Lilya Zilberstein, em peças de Beethoven, Schübert e Schumann.

Que agrado para os ouvidos! Passamos a vida ouvindo tanta coisa ruim por aí, que os tímpanos, bigornas e martelos devem aplaudir de pé quando vamos a locais assim. Gostaria de reproduzir um pouco do que ouvi ali. Até fiz alguns vídeos, mas não ficaram bons a ponto de serem publicados. Então, usarei apenas as palavras, que não farão nem sombra, mas são só o que tenho.

Apesar da posição privilegiada e da beleza do local, cuidadosamente decorado e projetado para a melhor captação do som, por alguns momentos eu fechei os olhos. Deixei que comandassem meus sentidos os ouvidos apenas, sem brigar com tolas tentativas de seus colegas. A harmonia do conjunto de violinos com o piano conduzido com maestria pela russa foram orgasmos musicais que colocavam um sorriso em meu rosto e arrepiavam meu corpo.

A flexibilidade combinada de uma delicadeza e agilidade nas cordas e teclas. Quando vi, estava, mentalmente, "conduzindo" a pequena orquestra e deixando meus olhos marejarem com tanta sintonia musical. Até agora, os timbres mais celebrados ainda se reproduzem em minha memória.

Já sinto a futura e inevitável falta deles.

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Observação final
: o silêncio sepulcral do início das peças era quebrado por melódicas cordas do violino. Durante 10, 15 minutos, não se ouvia a respiração dos cerca de 400 ou 500 presentes. Curioso era notar que, menos de um segundo após o término de qualquer peça, o som era dominado por tosses, pigarros, "fungadas" e demais escatologias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Imperdoável.......nem convidou.....Sala São Paulo é tuuuuuuuuuuuuuudo de bom....claro, para aqueles que curtem música clássica, erudita e por aí vai....mas que o som que sai dos instrumentos é espetacular, ah isso é mesmo...

andar por São Paulo é espetacular mesmo...já fostes ao Teatro Municipal??? é outro lugar encantador....quando pequena eu visitava muito (por conta das aulas de piano) e tinha curiosidade (e vontade) de conhecer os bastidores, o subsolo, ir às sacadas e imaginar aquela cidade de antigamente, anos 40, anos 50, por que não os 60?....meu Deus, quantas lembranças, quantos sonhos e sensações diferentes, estranhas, mas memoráveis...um dia ainda quero voltar lá....sim, vc tem de ir lá....

em tempo: existe um serviço da Prefeitura de São Paulo que leva turistas para conhecer os vários pontos da cidade...bom, pelo menos na minha adolescência (e não faz tanto tempo assim...rsss.)esse serviço existia e era baratinho...vc pega um ônibus em algumas estações de metrô e sai pela cidade conhecendo cada ponto que hoje está perdido e que passamos por eles, mas não sabemos.....em alguns momentos, podemos descer e andar a pé pela cidade....foi o que eu fiz para conhecer o centrão, tipo Praça da Sé, o marco zero, onde José de Anchieta chegou, o Páteo do Colégio...enfim, lugares espetaculares que valem a pena ir, levar uma máquina fotográfica e ainda ganhar um pequena aula de História com os guias (uma pena que eles, naquela época, sim, era uma época, só falavam português e existiam muitos turistas estrangeiros ..e lá fui eu tentar traduzir o que o guia falava, com meu inglês macarrônico..rs....metida?!?)..ficaaí a sugestão....até por que em momentos de crise...rs...temos de economizar....e andar de táxi e ainda à noite (bandeira 2) é muuuuuuito mais caro....
bjssssss