sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Polêmica no Santo Paulo


Veja o discurso de abertura no cardápido: a casa é para todos, e não somente são-paulinos

Estive com o pessoal da empresa há pouco no Santo Paulo Bar, citado neste mesmo blog há alguns dias. Diferente da experiência passada, o almoço de hoje foi bem polêmico: a conta atrasou, chegou com erros de cálculo, pedidos demorados e por aí vai. Muito chato, mas com bom humor e comida boa até passa, já que estávamos em uma galera bem grande - por pouco, mas passa.

A grande polêmica aconteceu porque, em dado momento, o sistema de som do bar, que rolava com músicas ambientes e tal, começou a tocar o hino do São Paulo F.C. Alguns convidados, em sua maioria não são-paulinos, sentiram-se agredidos com a música. Outros aceitaram. Eu mesmo, também achei um pouco "over" tocar o hino do clube ali. Detalhe: a música tocou mais de uma vez, dando a impressão de que, a cada 1 hora ou algo assim, ela se repete.

A polêmica estava criada: o local era a casa e "coração" (lembram?) do clube, o bar é temático do clube e tudo ali gira em torno do São Paulo. Então, por que não tocar o hino? A reprodução da música que melhor representa o time apenas é uma extensão de todo aquele ambiente dedicado.

Por outro lado, outros sentiram que o hino era demais. Ora, o objetivo do São Paulo é atingir clientes para seu bar, independente do clube - vejam o que está escrito no cardápio, na foto de abertura do post (clique nela para ampliar). Se a intenção é atrair torcedores em geral, tocar o hino pode soar agressivo. "Não volto aqui nunca mais", disse um dos presentes na mesa.

Tocando o hino, o São Paulo está exegerando na dose e perdendo potenciais clientes? Ou a atitude é mais do que normal em se tratando daquele local?

26 comentários:

Fernando Thuler disse...

Acho que não é isso que fará o torcedor, e aqui digo torcedor de verdade, deixar de ir ao bar. Este, já não irá pelo simples fato de ser um bar do São Paulo. O que é pior para um corinthiano, por exemplo: ouvir o hino ou almoçar de frente para as paredes do bar com o placar estampado São Paulo 4x1 Corinthians?

Eu acredito que a proposta do bar é com foco em são-paulinos e também atrai torcedores de times não-rivais e "torcedores" que não são tão apaixonados por seu clube.

Nunca vai existir um grupo de corinthianos combinando: "Cara, hoje a balada é no Santo Paulo".

Pode até estar no cardápio que o bar é para todos, mas só o fato do cara sentar numa mesa tricolor, com temas que só ressaltam as conquistas do São Paulo (até a massa e os pães são tricolores), o hino é o de menos.

Para os outros times, fica o consolo: na praça Charles Muller também tem pernil e cerveja. Daí é só abrir o porta-malas do chevette, que seu hino também vai tocar.

Anônimo disse...

Se a proposta é atrair consumidores, a despeito das preferências por um clube ou por outro, o restaurante não deveria reproduzir o hino. Achei agressivo. Me incomodou. Sou corintiano e já estive no local duas vezes. É agradável e tem um visual maravilhoso. Mas ter de suportar o hino...não volto mais.

Anônimo disse...

Torcedores do São Paulo tomem cuidado com a soberba, com a falta de humildade. Estas características diminuem o homem.

Luís Joly disse...

Sou são-paulino e também achei o hino um pouco demais da conta.

Há uma diferença entre estar em um bar com um visual realmente incrível (o estádio está muito bem cuidado) e ter de ouvir ao hino de um rival.

Nenhum palmeirense, atleticano ou outro irá mudar de time pq está no bar ou no estádio de um rival, por mais moderno que seja. O hino não é tão importante para são-paulinos, ainda mais em um local tão dedicado.

O bar poderia abrir mão do hino para trazer mais clientes. Uma decisão muito mais inteligente e que não compromete em nada a proposta do bar.

Anônimo disse...

Nunca fui ao Santo Paulo (infelizmente) e concordo 100% com o Fernando.

É muita ingenuidade pensar que em um bar dentro do Morumbi, com todo ambiente exaltando o Tricolor, os torcedores (aqui me refiro aos que realmente torcem) de outros times vão se sentir a vontade.

O bar está dentro do Morumbi, a "Casa Tricolor", nada mais natural e justo que tocar o hino.

Luís Joly disse...

Ju, você não está pensando do lado do marketing, está pensando como torcedora.

O hino é agressivo, é exagerado. Deixe uma música ambiente. O resto do bar inteiro é do São Paulo. A comida é boa, o atendimento (normalmente) também, o visual maravilhoso.

O hino pode ser deixado de lado. Faça com que torcedores de outros times estejam lá. Na pior das hipóteses, eles nos ajudam a pagar o salário do Washington!

Anônimo disse...

Mas claro que estou pensando como torcedora... estamos no BRASIL, falando sobre um bar que fica dentro de um estádio de futebol.

De novo, muita ingenuidade marketeira achar que um ambiente agradável e boa comida serão suficientes para atrair públicos de outros times.

Uma coisa é um torcedor de outro time trabalhar ao lado do estádio, ter colegas são paulinos e os acompanhar no almoço. Outra, bem diferente, é estar em casa, ligar para um amigo e combinar de ir ao Santo Paulo.

No marketing não podemos, jamais, desconsiderar as tradições. E se existe uma no Brasil, ela se chama FUTEBOL!

Anônimo disse...

Não dou a mínima.

Se o bar for bom, pode tocar até a marcha fúnebre...tanto faz.

Parece que o futebol está acima de tudo nesse país. Por isso as vezes eu preferia ter nascido em Angola, apesar de ser um albino.

Fernando Thuler disse...

Mesmo sem hino e sem temas, certeza que a frequência seria pelo menos de 90% de são-paulinos. O lucro dos outros 10% a gente ganha alugando o Morumbi para os times que não tem estádio.

Pensando no marketing, tenho certeza que o Santo Paulo não deixará de ser lucrativo por conta do hino.

E solta o hino que eu garanto...

Anônimo disse...

Ju, discordo parcialmente de vc. Sou corintiano e conheço alguns de meus pares. Estes iriam, sem problemas, ao restaurante. Claro que as mensagens emitidas pelo ambiente incomodam, mas são suportáveis. Hino não rola. Hino é forte - representa religião, países.

Enfim, tudo pode ser esclarecido com pesquisas de opinião e de mercado.

Luís Joly disse...

Fui a uma palestra do diretor de marketing do São Paulo, Julio Casares, no início de 2008.

Ele deixou bem claro qual a intenção com o estádio: atrair um público que vai além dos são-paulinos. O estádio já está lá mesmo, eles querem levar o pessoal que mora perto, que trabalha perto, que está passando, ou que gosta de uma boa comida ou ambiente inusitado.

Como o Rodrigo falou, o hino é demais. Ele é desnecessário. Ele é agressivo. Você pode não olhar para certas coisas, mas não pode deixar de ouvir. E o som incomoda.

Obviamente, o São Paulo não quer que o presidente da Gaviões decida, subitamente, almoçar no Santo Paulo em um domingo descompromissado. O que o clube quer é chamar mais e mais gente ($$), independente do clube.

E, se o cara da Gaviões for, melhor ainda. Vocês têm de pensar macro, gente. Macro.

Anônimo disse...

Acho desnecessário o hino. Eu que torço pro SP me senti incomodado pelos outros que não torcem. Toda a decoração já lembra o SP, não precisa exagerar.

Mas fazer o que. Se eu fosse ao Palestra Itália almoçar e rolasse o hino do palmeiras eu não acharia ruim, pois já é de se esperar que toque mesmo né. Mas acho que isso, no fim, é algo muito pessoal.

Anônimo disse...

Du, exatamente!
O fato é: não me surpreendeu a informação do hino. Era muito esperado...

Agora tenho uma dúvida!
Se nós são-paulinos decidirmos ir ao ensaio da Gaviões (escola de samba)hoje e tocassem o hino do Corinthians. Nos sentiríamos ofendidos?

Luís Joly disse...

Não, eu não me sentiria. Mas uma escola de samba tem proposta bem diferente de um bar-restaurante. Ali a música é parte intrínseca da coisa toda!

Fernando Thuler disse...

Mas, Ju, são-paulino que vai ao ensaio da Gaviões da Fiel, não é são-paulino, né?

Se tem alguém que fez isso, me avisa que eu mando o seu Juvenal tirar dele o privilégio de ser são-paulino...

Anônimo disse...

O bar é temático, e o tema é São Paulo Futebol Clube. Nesse contexto, acho mais do que normal que o hino do time seja executado trocentas vezes.

Enfim, acredito que se alguém se dispõe a ir a um bar de um time, deveria achar razoável que aconteçam coisas como essa - afinal, o espaço é uma ode a esse clube. Eu, por exemplo, não iria ao bar do Corinthians, do Santos, nos quais acharia normalíssimo o hino de fundo, justamente porque me sentiria incomodada.

O Bar do Torcedor, no Pacaembu,é uma boa opção para quem quer ir a um boteco desse tipo, mas sem vínculo com nenhum clube.

Luís Joly disse...

O melhor mesmo é que o bar é do São Paulo, e o Corinthians nem estádio tem pra fazer um bar nele.

Anônimo disse...

Viu? Roda, roda, roda, mas o assunto sempre acaba com alguém zuando o Corinthians...

Todos juntos: Salve o Tricolor paulista, amado clube brasileiro....

Anônimo disse...

Pelo amor né? Palmeirense convicta, mesmo com uma irmã são-paulina fanática que casou com outro são-paulino fanático, não vejo o menor problema no bar tocar o hino (apesar de achar uma chatice tocar o hino de qualquer time, inclusive o meu, durante o almoço. Não precisa né?).

O lugar fica dentro do Morumbi, chama Santo Paulo, é uma ode ao time e o hino ofende?

Ofensivo seria obrigar os frequentadores a cantar o hino junto. O hino tem o mesmo peso da camisa do time.

Além do que estamos na capital gastronômica do País. Tem uns trocentos outros restaurantes para se ir. Não é o caso de polemizar.

O Besta Fera não deixa de ter razão, mas lamento estragar a sua fantasia...a Angola não é muito diferente.

Enfim... a humanidade não tem jeito, não conseguimos conviver com as diferenças mais básicas.

Anônimo disse...

Imaginem tocar o Hino do Santo André?
"Tuas cores nos encantam
Em cada lance a torcida se levanta
Num movimento de bandeiras
Em coro te saúda,vibra e canta
Salve! Salve! ó grandioso
Esporte Clube Santo André
Salve! Salve! ó glorioso
Santo André da minha fé..."

O Rodrigo Padron já previa o domingão quando falou sobre a soberba tricolor.

Caru disse...

hahahaha, que absurda essa discussão.
Concordo plenamente com o Besta-Fera. ar é pra tomar umas e rir com os amigos. Então faz assim: quem se sentir ofendido porque o Santo Paulo toca o hino do São Paulo, não vai lá. Vai comer sanduíche de pernil na porta do Parque São Jorge e pronto. Simples assim.

Vitor disse...

No fim das contas, acho que todo mundo tem razão...concordo que talvez seja o avesso da estratégia de marketing que eles propagam mas se eu, palmeirense, me proponho a ir nesse bar, já estou esperando que toque o hino e não me sentiria incomodado a partir do momento em que me propus àquilo.

A única ressalva às discussões todas: há muitos são-paulinos na ESCOLA DE SAMBA GAVIÕES DA FIEL, assim como há muitos corinthianos, santistas e afins na ESCOLA DE SAMBA MANCHA VERDE. Façamos um bem para o mundo e não nos permitamos confundir futebol com carnaval. As duas expressões populares são muito diferentes em seus valores.

Luís Joly disse...

Note que não acho que seja errado ou fora do comum tocar o hino do São Paulo no bar. Apenas acho desnecessário.

Podemos fechar os olhos para algumas coisas. Podemos ignorar menções ao clube, às conquistas. O torcedor rival já está até começando a achar o local interessante, mesmo assim.

A comida é boa, o atendimento também. Aí, no meio de sua refeição, você é obrigado a ouvir a música que representa aquele clube justamente nos momentos de título.

A pergunta é: pra quê??
O são-paulino já está mais do que contente com seu bar super inovador, seu estádio super completo e sua diretoria super organizada. Tocar o hino só serve para espantar possíveis clientes.

Anônimo disse...

Ótimo se fosse um bar exclusivo para uso dos torcedores do São Paulo, mas não é, muito pelo contrário, é aberto ao público e acho que o fato de terem tocado o hino do time faz com que as pessoas presentes que não são 'sãopaulinos', se sintam fora de casa (mais do que já estão), então acho que tu está totalmente certo irmão.
Mas o que você falou da comida não sei não, na vez que fomos, estava tão bom... hehe!

Grande beijo, tua irmã colorada!

Anônimo disse...

Falando em coração, achei engraçado depois de ler o post, ver na vejinha desta semana estampado na capa: "No coração do Morumbi". rs
E, polêmicas e times à parte, vendo o endereço deste blog, pergunto: Por acaso você sabe sobre quem será o samba enredo da Gaviões deste ano, Joly?

O que acontece por aí... disse...

Fala Jack!!! Talvez um pouco atraso nesta polemica, mas como te falei, lá no trabalho blogs em geral são bloqueados, e chego em casa acabo esquecendo de ver o blog.

Primeiramente, gostaria de deixar claro que sou Flamenguista, fanático!!!

Mas o fato é, o bar é dentro do Morumbi!!! O tema não é futebol e sim o São Paulo!!! Se o tema fosse futebol, talvez até tocasse o hino de outros clubes, mas o tema é o São Paulo, sua estrutura, suas conquistas, sua torcida, então, não vejo nada demais tocar o hino do São Paulo.

É a mesma coisa que alguém que não gosta do Elvis, deixar de ir na casa do Jack, pq ele fica ouvindo Elvis o tempo todo!!!

Se vc, torcedor de outro time, se incomoda em ir até lá e ouvir o hino do São Paulo, deveria se incomodar mais ainda e dar lucro para o São Paulo, sim, o Santo Paulo não é uma instituição sem fins lucrativos, ele ajuda o São Paulo a pagar alguns funcionários, a pagar uma conta de luz, um imposto... Não é a renda principal, mas com certeza ajuda ao São Paulo a ter a melhor estrutura do futebol brasileiro o que, com certeza tem a ver, com ser o time brasileiro da atualidade com a maior quantidade de títulos.

Se não gosta do São Paulo, se é fanático por outro time, não vá ao Santo Paulo, não só por tocar o hino do São Paulo, mas Tb por estar ajudando o clube!!!

Não considero soberba ou falta de humildade!!!

Por curiosidade, tirando o hino do São Paulo, quais as outras músicas que tocam lá?
- Macho Man(Village People)
- It’s Raining Man (The Weathergirls)
- You’ve Got Me
- Dancing Queen (ABBA)
- YMCA (Village People)
- I Will Survive (Gloria Gaynor)
- Go West (Pet Shop Boys)

Abraço!