(Alguém) Salve o Tricolor
Paulista - na íntegra
Paulista - na íntegra
Para quem não leu no blog da LVBA, segue o meu texto sobre a decisão do SPFC de demitir o Muricy. Espero que gostem. Comentários são benvindos.
Quando você olha os fatos sem o coração, é fácil perceber como empresas e pessoas cometem erros ao serem pressionadas. São momentos em que a comunicação é o que mais falta. Nessa semana, por exemplo, só se falou na demissão de Muricy. Sou um são-paulino bem longe de fanático. Tive meus momentos, claro, mas a maioria deles vêm de um passado nem tão recente. Na era pós-Telê Santana, sofria muito com as consecutivas derrotas do clube. Mas a maturidade foi chegando e, com ela, a percepção de o seu time de coração vencer ou perder não muda em (quase) nada a sua vida. São apenas doses efêmeras de alegria ou tristeza.
Hoje, pouco me envolvo em questões coletivas de futebol - não sei a escalação completa dos times e muitas vezes abro mão de assistir as partidas na TV em troca de encontro com os amigos ou até mesmo uma pestana vespertina.
Mas confesso que aceitei com gosto o pedido de escrever neste 806 sobre a saída do Muricy Ramalho do São Paulo. Sim, porque essa decisão do clube me deixou quase indignado. Com a saída do Muricy, o São Paulo se iguala aos clubes rivais que ele tanto critica pela falta de planejamento e organização. E perde muitos pontos com sua torcida.
Muricy Ramalho era a cara do São Paulo. Um técnico são-paulino de coração, rabugento e meio ranzinza, mas extremamente eficiente e carismático. Tudo isso não seria suficiente para segurá-lo, claro. Sem problemas, já que o cara conseguiu o feito de ser tri-campeão nacional consecutivo. Algo que só vemos com aqueles times que marcam uma geração.
Em sua obsessiva busca pela Libertadores, o São Paulo abre mão do provável melhor técnico do país hoje. Sem perceber que os problemas no time são estruturais, estão no elenco. Agora, Muricy está à disposição da concorrência, e eu não vou me surpreender se ele não acabar parando em um rival direto do tricolor.
O que mais revolta em tudo isso é ver a forma como o São Paulo atuou. Um dos meus maiores orgulhos em ser são-paulino sempre foi ver que o meu clube sabe se organizar, se planejar e cuidar dos seus. Não precisamos fazer parcerias duvidosas (ou não). Temos uma história de muito trabalho. Temos o maior estádio da cidade. Um centro de treinamento que é referência. Uma área social muito bem cuidada. Programa para revelar novos talentos. Jogadores revelados pelo São Paulo correm o mundo.
Porém, na hora em que a crise aperta (e ela sempre aperta), o time se portou justamente como qualquer outro clube. Em dúvida, demita o técnico. É mais fácil assim. Vamos ignorar tudo que Muricy dedicou ao time e preferir um desconhecido da maioria que, parece, tem ligações políticas com a CBF e a irritante questão do Morumbi e a Copa-14.
Não deixarei de torcer pelo São Paulo, claro. Mas minha torcida, que já vinha caindo progressivamente desde os anos 1990, segue em franca decadência. E a saída do Muricy apenas acelerou o processo.
Quando você olha os fatos sem o coração, é fácil perceber como empresas e pessoas cometem erros ao serem pressionadas. São momentos em que a comunicação é o que mais falta. Nessa semana, por exemplo, só se falou na demissão de Muricy. Sou um são-paulino bem longe de fanático. Tive meus momentos, claro, mas a maioria deles vêm de um passado nem tão recente. Na era pós-Telê Santana, sofria muito com as consecutivas derrotas do clube. Mas a maturidade foi chegando e, com ela, a percepção de o seu time de coração vencer ou perder não muda em (quase) nada a sua vida. São apenas doses efêmeras de alegria ou tristeza.
Hoje, pouco me envolvo em questões coletivas de futebol - não sei a escalação completa dos times e muitas vezes abro mão de assistir as partidas na TV em troca de encontro com os amigos ou até mesmo uma pestana vespertina.
Mas confesso que aceitei com gosto o pedido de escrever neste 806 sobre a saída do Muricy Ramalho do São Paulo. Sim, porque essa decisão do clube me deixou quase indignado. Com a saída do Muricy, o São Paulo se iguala aos clubes rivais que ele tanto critica pela falta de planejamento e organização. E perde muitos pontos com sua torcida.
Muricy Ramalho era a cara do São Paulo. Um técnico são-paulino de coração, rabugento e meio ranzinza, mas extremamente eficiente e carismático. Tudo isso não seria suficiente para segurá-lo, claro. Sem problemas, já que o cara conseguiu o feito de ser tri-campeão nacional consecutivo. Algo que só vemos com aqueles times que marcam uma geração.
Em sua obsessiva busca pela Libertadores, o São Paulo abre mão do provável melhor técnico do país hoje. Sem perceber que os problemas no time são estruturais, estão no elenco. Agora, Muricy está à disposição da concorrência, e eu não vou me surpreender se ele não acabar parando em um rival direto do tricolor.
O que mais revolta em tudo isso é ver a forma como o São Paulo atuou. Um dos meus maiores orgulhos em ser são-paulino sempre foi ver que o meu clube sabe se organizar, se planejar e cuidar dos seus. Não precisamos fazer parcerias duvidosas (ou não). Temos uma história de muito trabalho. Temos o maior estádio da cidade. Um centro de treinamento que é referência. Uma área social muito bem cuidada. Programa para revelar novos talentos. Jogadores revelados pelo São Paulo correm o mundo.
Porém, na hora em que a crise aperta (e ela sempre aperta), o time se portou justamente como qualquer outro clube. Em dúvida, demita o técnico. É mais fácil assim. Vamos ignorar tudo que Muricy dedicou ao time e preferir um desconhecido da maioria que, parece, tem ligações políticas com a CBF e a irritante questão do Morumbi e a Copa-14.
Não deixarei de torcer pelo São Paulo, claro. Mas minha torcida, que já vinha caindo progressivamente desde os anos 1990, segue em franca decadência. E a saída do Muricy apenas acelerou o processo.
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