sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mallu Magalhães e Marcelo Camelo

O casal no palco: Mallu variava entre violões e instrumentos de percussão

Ontem estive na festa de três anos da Rolling Stone no Brasil, realizada no Bourbon Street. Aquelas celebridades de sempre (Paulo Ricardo?), Vesgo, Silvio, trabalho de RP e as atrações: Marcelo Camelo com a namorada Mallu Magalhães & banda e, depois, Macaco Bong (oi?).

Não fiquei para ouvir o Macaco Bong que, me disseram depois, faz um som instrumental dos melhores. Peguei apenas, em local super privilegiado, o show do Camelo e da Mallu.

Foi interessante ouvir a tal da Mallu Magalhães. Há um enorme tumulto em volta da moça desde que ela começou a fazer sucesso pelo MySpace, há alguns anos. E, agora que a ouvi ao vivo, posso dizer que o fenômeno maior é mesmo o sucesso pela Web 2.0 do que o talento necessariamente.

Mallu Magalhães não é ruim, não me entenda mal. Só não tem sal. Quase não se ouve a voz da moça. Seu estilo de tocar violão é quase pós-estudantil. Seus acordes são básicos, basicamente parecidos com o que faço quando toco (sou um músico amadoríssimo nas horas vagas). Alguns replicam dizendo que ela tem apenas 17 anos. Ora, existem artistas de 13 anos com mais desenvoltura e qualidade musical que ela.

Além da limitação musical, ela é tremendamente insegura no palco. Ao lado do experiente Camelo, ela torna o namorado em uma espécie de pai; quando não estava com o violão em mãos, ela pegava diversos instrumentos de percussão que estavam ao lado. Parecia com medo de usá-los. Antes de qualquer tentativa, olhava sempre para Camelo procurando um olhar de aprovação. E, quando arriscava um primeiro boing ou priii, olhava novamente para o vocalista do Los Hermanos para saber se estava certo.

Marcelo "João Gilberto" Camelo reclama pra plateia

Alguns dizem que o jeito timido de Mallu é tipo. Eu não acredito. Ela é realmente uma moça tímida. Foi feita para tocar apenas com seu violão, em um ambiente silencioso - justamente o que não havia ontem. Além da banda bem completa que os acompanhava, o público de fato não deu muita atenção à banda e falava bastante durante o show. Chegando ao ponto do próprio Camelo encurtar a apresentação por conta disso. "Ensaiamos pesado durante 1 semana para este show, mas o público não parece interessado em nos ouvir. Sem problemas, podem beber e comer e a gente para", disse o vocalista. Não houve vaias. Mas foi o comentário da noite em todo o bar.

Não vou julgar a atitude de Camelo, deixo isso para vocês.

Finalizo com o que comecei: Mallu Magalhães não é um talento ou gênio como falam, é apenas um ótimo case de como a forma de vender, consumir e compartilhar música mudou. Além das características até aceitáveis para sua jovem idade já mencionados (insegurança, timidez), ela tem uma voz muito fraca (em alguns momentos, não era possível ouví-la) e possui uma limitação musical muito grande para alguém com a notoriedade dela. Mas parece que isso tudo é justamente o que faz com que ela tenha sucesso, não?

Vai entender...

Abaixo mais imagens do show.


O polêmico set list já era curto e foi diminuído por decisão de Marcelo Camelo

Na última música, Camelo tirou a amada para dançar enquanto a banda encerrava


Mallu Magalhães se divertindo com um dos instrumentos: esse, uma espécie de sanfona, ela mal tocou

7 comentários:

Fernando Thuler disse...

Mallu Magalhães é talentosa. Falta sal, é verdade, mas admiro o talento dela, principalmente como compositora.

Agora, passo aqui mesmo para falar da banda Macaco Bong. O trio de Cuiabá mostrou desenvoltura, presença de palco e, é claro, música excelente. Bom saber que tem música e rock de talento aqui no Brasil. Pena que, por aqui, eles nunca serão famosos ou terão dinheiro. Não por mim, pois já sou fã de carteirinha. Para quem ainda não ouviu, segue um vídeo gravado ontem por mim na festa da Rolling Stone: http://www.youtube.com/watch?v=Gh-4bEc4gA4

Natalia Máximo disse...

Não vejo nada de mais na Mallu. Acho que ela ainda tem que percorrer uma estrada muuuuuuuito longa para ser notada como artista mais do que é como sucesso do MySpace. Não estava lá, mas tenho certeza que o show do Macaco Bong deve ter sido fantástico, como sempre são as apresentações dos caras!

Phil disse...

Não gosto nem do Camelo nem da Mallu. O que estou começando a gostar é desse Macaco Bong. Não conhecia. Fui buscar alguns vídeos no Youtube. Muito bom.

Vitor disse...

Primeiro que, para mim, Vitor, essa patifaria toda é pedofilia. Podem até falar que não, mas eu acho. Quando a diferença de idade passa dos meus dedos da mão, eu acho sacanagem. Essa é a regra.

Depois que eu acho a Mallu Magalhães muito chata. Ela pode ter 17 anos, mas a idade mental dela é tipo uns 12. Sempre que ela é entrevistada, ela não responde as perguntas e fica balbuciando umas coisas estúpidas, ingênuas. Enfim, não gosto dela. Mas gosto do Camello (apesar da contravenção social de namorar uma menina que poderia ser sua filha)

Paulinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulinha disse...

Olha só! Eu leio muitas coisas, mas comento poucas. Mas agora tenho uma meta que se o post é bom pelo menos darei um salve ao autor.
Afinal, seu texto é consistente, você consegue embasar suas críticas. E concordo com você. Apesar de nunca ter visto a Mallu ao vivo, acredito também que é mais barulho da mídia do que talento em si.
Pedofilia, ou não. Como disse nosso caro, Vitor, alguma coisa de especial a menina tem, isso é inegável. Afinal, o Camelo não deve ser tão tolo assim.
E quem não teve um pai na vida pra te empurrar e te fazer amadurecer e crescer, seja pessoalmente ou profissionalmente? E olha que nem precisa ter o mesmo sangue...
Um salve a quem tem coragem, de subir ao palco, e a escrever críticas.

Luís Joly disse...

Acho que fica claro que essa Mallu é apenas razoável. Mesmo o maior defensor dela aqui admitiu que falta sal. Falta mesmo. É isso aí, ela é sem tempero. E aí, só pq é nova, temos de relevar? Michael Jackson fez muito mais quando tinha muito (muito) menos.

Obrigado pelas palavras, Paulinha. Recomendo que, aliás, visite o blog do Vitor que menciona acima. Vale ler os textos do cara.