Outro dia, conversa por email, uma colega distante me disse que não adianta procurar pelo amor. "O amor acontece no momento em que ele deve acontecer, sem influências e sem pressão". Óbvio, mas tão fácil de esquecer.
Hoje achei o texto do dia em que fiz uma operação. Nada sério. Nada grave. Mas muito mais que motivo para mimetizar no meu mundo, em forma de papel, o que pensei naquela longa bucólica noite. E aqui vai:
Que dói mais?
(17/10/2006, 23h56)
Quando nos deparamos com algo
É que vemos toda a razão
Quando perdemos o que queremos
É que nos lançamos à vazão
Quando pensamos no que seria,
No que de fato nunca foi,
O coração amortecido,
Clama por apenas um choro
O garrancho, ao lado,
Como se nunca tivesse se encerrado
Como separar o amor da paixão
E diferenciar passado do sonho
Inevitável comparação
De alguém que, não sabe, suponho
A relação entre "evitou" e "ilusão"?
Eu te proponho*
Viver nas sombras, por lá pensando
Se questionando o que dói mais
Se é a paixão avassaladora
Ou a incerteza duradoura
Ou ainda a solidão, constatação
Em plena manjedoura?
Que dói mais?
A mão ou o coração
Amor ou tumor
Amém ou separação
A morte ou a ilusão
Que medo louco o seu
Em que eu poderia até rir
Se você passasse uma vida inteira
Sem se preocupar em ir
E, repartir dor por dor*
Para, enfim,
Morrer de amor!