quinta-feira, 24 de abril de 2008

Escrevendo sobre a Amazônia + curtas

No fim-de-semana a seguir entrego minha mais recente contribuição para a Mundo Estranho, da Abril. Para quem não sabe, por lá apareço de vez em quando, falando sobre absolutamente todo e qualquer tema que desperte a curiosidade humana.

Talvez a matéria mais difícil que já tenha feito para eles (junto com aquela antiga do ano do nascimento de Cristo), a idéia agora é falar se algum dia a Floresta Amazônica poderá se tornar um deserto.

Polêmicas, polêmicas, polêmicas. Por todos os lados. Mas conseguimos montar uma teoria bem interessante, e acho que teremos algo, literalmente, muito bonito. Sai em junho. Claro, até lá todos vocês já esqueceram, mas eu provavelmente falarei sobre ela (a matéria) de novo.

E as Curtas

Alguém mais assiste Two and a Half Men, pela Warner? A série já está no ar há algum tempo, mas só a peguei agora. Eles passam reprises duas vezes por dia, das 19h às 20h, de segunda a sexta. Viciei.

Em breve começo a colaborar com um blog sobre séries de TV, do jornal O Globo. Quando sair o primeiro post de minha autoria, aviso!

Como é bom conhecer novas pessoas, ainda mais quando são pessoas inteligentes e com ótimas conversas. Espero que se tornem amizades duradouras.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Da série "poesias antigas"

Quando falta o tempo para postar coisas "novas", nada como recorrer ao consideravelmente grande acervo de minha memória virtual. Este poema aqui vale mais pelo contexto do que pela qualidade em si. Ele foi escrito em dezembro de 2000, no meu primeiro dia de trabalho. A empresa, multinacional, eu de gravata, recém-chegado aos 20 anos.

Para mim, um mundo totalmente novo se abriu naqueles vastos corredores onde pessoas passavam apressadas e quase não me notavam. Enquanto o responsável pelo início do meu treinamento não chegava, abri o Word e comecei a escrever o que pensava naquele momento, fim da manhã. As linhas, na íntegra (incluindo os erros, que peço para relevarem), vocês conferem aqui. E nossa história não estará, pelo avesso assim, sem final feliz.

Afinal, quem não se lembra do seu primeiro dia de trabalho?

Obs.: A árvore abaixo também faz parte do texto. Enquanto as palavras não vinham, mexi nos cliparts disponíveis e esse acabou ficando pra história. Enjoy!












"Estou simplesmente afim de digitar por isso resolvi começar,. Bem, esse teclado é um tanto quanto diferente do meu, por isso vou levar um tempo até quer me costume as diferetes teclas que ele possui, como por exemplo, a letra “ç” (, sim, com cedilha) ela pssoui um tscrla só pra erla, assim como o botão do acento, e ah, o botão to tiu tbm mudou de lugar! Vou escrever umas palavra com tiu só pra testra... se bem que eu já escrevi uma agora oouco e esqueci o tiu... mas rudo bem, eu vou lembrar: amanhã... o tiu agora é no lugar do acente antigo, e o acente é do lado do \p... acho que não tinha tecla lá entes... o dois pontos foi pra baixo, está do lado da interrogação, que coisa , não????

Até que este texto está fcando legal;... fico sem tyer o que fazetr por um bom tempo,mse mtreinamento, sem trabalho, sem cursos, e sem \(muita) ajuda.... as pessoas aqui até que tentam me ajudar, mas elas tbm tem mais o que fazer (trabalhar) e não podem ficar a manhainteira comigo....pwelo menos agora eu tenho o computador pra ficar brincando, o aprwendendo algumas coisas... nmas tbm naio posso entrar na net pq na estou “logado”...
Ah! Faz tempo que não faço uma poesia por isso vou fazeruma agora.... nem me lembro se alguma vez já fiz algum pelo computador diretamente mas vou tentar... lá vai:


Começo da vida

Terno,
Gravata,
Atraso
Sujeira
Dinheiro.
Acorda,
Desperta,
Se molha
Se mata
Comida
inteiro.
Caos,
Maus,
Atraso
Total
Horário
Correndo
O dia nascendo...
Barulho,
Teclado
Letras
Contato
Chefe
No ato
Voz
Sós...
Envio
Recebo
e-mail..
saída
lotada
tomada
manobra
espera
derrapa
escorrega
embora
avenida
farol
sol
sem ar
sonhar...
casa
comida
amigo
garota
comida
garota
sossego
espera
outro dia
na torcida...
o começo
da vida....
LBA 05/12/2000 11:51"

terça-feira, 15 de abril de 2008

A velha postura da imprensa brasileira

Que fique bem claro, o sentimento abaixo não tem relação com o terrível fato que originou o sentimento aqui descrito.

A imprensa brasileira, seja televisiva, online ou escrita, abusa da paciência de todos nós, receptores. Informar é importante, tocar no assunto mais de uma vez é necessário em alguns casos. Porém, informação demais sobre o mesmo tema é uma neurose, é enlouquecedor, é massante. Irritante, diria.

A razão disso, em especial, vem com o caso da menina Isabella. Mas poderia ser com qualquer outro. No acidente da TAM recentemente, nunca se falou tanto sobre manivelas de aviões. De repente, todos apareceram na TV, sites e afins, pronunciando gírias, expressões alusivas somente a quem está no meio da aviação.

Veja bem, é importante que o público possa saber qual foi a causa do acidente, quem foi o assassino, qual a sentença dada, alguns detalhes, entre outras informações. Não sou contra isso. Sou contra a overdose, o cansaço, a repetição de detalhes, a informação inútil. Sou contra o repórter ficar em frente ao local apenas para dizer que o movimento ali "está tranquilo neste fim de noite". Sou contra a superexposição das mesmas coisas, os aproveitadores que em nada contribuem.

Alguém já pensou o quão difícil é para familiares da menina (e não me refiro aos pais, mas a outros que a amavam) ligar a televisão, abrir o jornal, a revista, acessar a Internet e sempre dar de cara com a tortura de ver um caso se arrastando, com relatórios atualizados sobre quais os chinelos calçados na hora do crime? Pessoalmente, isso são informações úteis apenas para os envolvidos na resolução do caso - ou seja, a polícia.

O UOL, como bem notaram algumas pessoas, outro dia postou um "álbum de fotos" com os últimos momentos de Isabella antes de morrer, no supermercado. Ora, qual a informação nisso?! Qual a prestação de serviço, premissa básica do jornalismo?

Já o jornal "Folha de S. Paulo" publica matéria dizendo que agora até as crianças começam a comentar o suposto crime cometido. Ora, mas é impossível que elas não entrem no assunto, já que todo e qualquer meio de comunicação se sustenta no mesmo assunto por semanas a fio.

Produzimos neste começo de século mais informação do que nos últimos 40 anos. Infelizmente, porém, não há uma seleção do que é bom ou não. A grande questão é: será que queríamos um mundo assim, tão informativo?

domingo, 6 de abril de 2008

Os 50 anos da Kombi

Apareceu uma na sua frente? Mude logo de faixa. Dá azar ficar atrás de Kombi.

Você já parou pra pensar em quantas Kombi novas você vê ao longo do ano? Nenhuma. Mas, acredite se quiser, a Kombi ainda é fabricada. Então onde estão os modelos com cheiro de carro novo, brilhando e com motores bem regulados? Este veículo em formato de pão de forma, que já simbolizou tanto para diversas gerações, sobreviveu ao tempo e ainda infesta nossas ruas todos os dias. Aparentemente, alguém na Volkswagen esqueceu de avisar a divisão de montagem da Kombi que eles podiam parar. Então, eles continuam. Simples assim.

A Kombi fez 50 anos. Há motivos para comemorar. É o primeiro carro produzido no Brasil. Note: o primeiro, mas ainda é produzido. Como resultado, ao contrários de seus contemporâneos originais, caso do Fusca e do Karmann Ghia, a Kombi não fez questão nenhuma de tornar-se um objeto de colecionador e decorar museus de carros e memórias dos mais antigos. Claro, trata-se de um carro que, desde seus primórdios teve como função básica o transporte de "muita", de uma vez só - seja esse "muita" relativo à pessoas, materiais, equipamentos, suprimentos e o que mais a imaginação do dono permitir.

O que me intriga mais, porém, é a questão das Kombi vistas por aí serem sempre velhas. Talvez seja por esse motivo que a expressão “Kombi velha” tornou-se quase um pleonasmo. Será que elas saem de fábrica aos pedaços, assim ficam mais baratas (uma Kombi nova hoje custa cerca de R$ 35 mil)? Afinal, é golpe de sorte, quase uma loteria, achar este modelo em bom estado trafegando por alguma via. E, claro, como estamos falando de um carro velho (e não “antigo”), ele também é lento. E sujo. Tem setas quebradas e é pilotado, comumente, pelos menos atentos e preparados motoristas que já foram honrados com uma habilitação – geralmente vencida ou comprada.

Deixei para escrever isso somente neste ano de "celebração". Mas já há alguns anos que eu desenvolvi a teoria de que, quase sempre, a razão do trânsito ruim é uma Kombi velha. Partindo deste princípio, decidi que jamais, enquanto estivesse com um carro em mãos, ficaria atrás de uma Kombi.
Dá azar.

E note: a lei de Murphy, tão famosa em nosso cotidiano viário, nem mesmo ela consegue vencer o poder de uma Kombi em frangalhos. Sendo assim, quando vir uma Kombi na faixa da esquerda, por exemplo, mesmo estando a faixa mais vazia e aparentemente mais rápida que a da direita, não se deixe enganar: a faixa da Kombi irá sucumbir. A sensação de vitória pode durar alguns segundos, mas é questão de tempo. A Kombi velha fará alguma conversão proibida e causará um buzinaço coletivo, ficará com a segunda marcha “engripada” por preciosos segundos – aqueles que farão a diferença entre o sucesso ou fracasso do seu compromisso posterior - , ou simplesmente resolverá pedir arrego, soltando o famoso monóxido de carbono atmosfera – e seu nariz – afora.

Para você, sobra mudar de faixa, vendo a Kombi carregadas de madeiras, com a pintura oxidada e adesivos constrangedores como “Nois na frita” parada, enquanto os motoristas dela saem para verificar o motor e tentar mais alguma “gambiarra”, que resolverá o problema - por mais 40 minutos, até a mesma coisa acontecer.

A Kombi que um dia já foi - Na minha família, reza uma lenda de que um dos meus tios, hoje um empresário bem-sucedido, atravessou as Américas numa Kombi. Ambientada nos loucos anos 70, essa aventura deve ter sido única. Afinal, naquela época, ouvir o som do motor de uma Kombi não era sinal de que havia algo errado no trânsito. Era até romântico ter uma Kombi colorida e grafitada com símbolos da época. Havia toda uma aura mística em torno deste carro cinqüentenário. Infelizmente, ele não parou no seu auge, como deveriam fazer tantos jogadores de futebol. O resultado? Toda essa seara foi tragada pelo papel arranca-toco e quebra-galho que o carro cumpre hoje.

Talvez a Volkswagen devesse aprender com Fidel Castro - até ele, que assumiu quase no mesmo ano do nascimento da Kombi, já pediu arrego. Sim, sabemos que sempre existirão novas “Kombis”, mascaradas por outros nomes e marcas distintas. Mas talvez fosse hora de colaborar com o aquecimento global e dar ao velho pão de forma o merecido descanso. O trânsito nosso de cada dia agradece.
O vi(o)lão dos músicos II

Déjà Vu: Nem dois instrumentos ( um deles um Fender) foram suficientes para vencer aquele inferno eletrônico