quinta-feira, 31 de julho de 2008

Faz-me rir: o Debate da Band



Não me interesso muito por política, mas adoro debates. E fazia questão de ver o primeiro pela corrida eleitoral de São Paulo, que passou agora pouco, na Band. Longe de ideologias políticas (cada um tem a sua, nem quero discutir isso), destaco os pontos que exemplificam o meu interesse no programa, um dos mais engraçados da TV aberta na atualidade:

- Todo mundo reparou na lingua presa do Gilberto Kassab? Nossa, eu não sabia! Ele falando "pesquisa" era um festival de saliva. Se ele falasse "salsicha", sai de perto;

- Soninha foi até de bicicleta hein! E desejou "saúde" a um candidato que espirrou. Foi, sem dúvida, a única "apolitizada" no recinto. Deu risadas e parecia mais uma amigona do que uma candidata;

- E o Ivan Valente e seu nariz imenso? O cara ficava de perfil e o nariz quase saía da tela!

- O sonolento Ciro Moura adora frases prontas e/ou de efeitos. Não acredita em papai noel, andar no trânsito é ser uma sardinha em lata, a política do tostão contra o milhão... E ele é radicalmente contra sanitários públicos!

- Será que o Kassab não sabe olhar o cronômetro? Ele estourou em quase todas as vezes que falou. Em uma delas, ainda virou pro Casoy e pediu "só pra finalizar";

- De novo o Kassab, e seu jeito paradão de falar. Parecia, em alguns momentos, que estava lendo um teleprompter...

- O show maior, porém, ficou mais uma vez com...Paulo Maluf! Ele é o mais engraçado, com suas frases repetitivas e projetos megalomaníacos (afinal, não andamos um quilômetro sem passar em uma obra dele).

Maluf é a perfeita imagem do político da velha guarda (nada mais previsível, até pela sua idade). Falem o que quiserem, ele sabe vender suas mensagens e é mestre em se esquivar de qualquer pergunta. O curioso mesmo é que todos seus históricos rivais estão fora de cena - ou já morreram ou se aposentaram. Ele segue, mesmo sabendo que não vai ganhar. Será que quer entrar para o Guiness como candidato que mais tentou e não levou?

Para finalizar, abaixo um momento hilário: a antológica "pergunta" de Fernando Collor ao finado Enéas Carneiro em um debate que, confesso, não me lembro para que cargo valia (mas vi isso ao vivo). Não tem imagem, mas vale ouvir.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bandeira Dois

Sento aqui, em frente a um punhado de cores e sentimentos, pensando no quê pensar. Lápis e papel dão lugar a um cenário ilusório de caracteres, onde, no entanto, as emoções são iguais e as frívolas lembranças, ainda mais reais.

Choro, vagueio por tantas consoantes de incertezas, navego por tons despedaçados de um violão e azuis de TV. O coletivo silêncio perfura gaitas imaginárias. Revejo o que jamais vi, engulo o que jamais cuspi.

Adjetivo tudo e todos ao meu redor, e espero, em vão, por um solo que jamais termina. Os acordes despertam tolices de um passado juvenil. Dedos não dobram por razões quaisquer. Não obstante, vejo sombras de chapéu, vejo que cada versão é um pouco a mais do que temo.

Avistei:
Há vida.
À vida,
Dignidade.

sábado, 26 de julho de 2008

Bandeira Um


Passeando de táxi
Me ache, me encontre
Vagando velozmente
Por situações e vertentes

Passando pelos carros
São fatos, são fantasias
Traumatizando sentimentos
Também tenho meus momentos

As cores se misturam ao cinza da cidade. O pálido da pele reflete na empoeirada janela. Já não chove há tempos. A sujeira some sempre que sinto saudades. Mas hoje ainda é cedo para ter lágrimas. Os olhares passam rápidos, lânguidos e secos demais. Não há sorrisos na suturada e saturada São Paulo. Não hoje.

Trechos em curva, trejeitos de caos
No táxi, tudo passa incerto
Toda dúvida é ferida
Toda ferida é doída

Visitando vários pontos, vejo um viés que me comove. Um semáforo revela mais que visões voluptuosas. Somente parado vislumbro tanta vergonha aliada à esperança. São pessoas marcadas com vísceras de vazio, músicas que não os preenchem, venenos que vagam pelas vias mal tratadas, recapeadas e sortidas.

Precisamos de chuva.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Por que você não precisa de um iPhone


O iPhone é inovador? Revolucionário? É. Mas não é perfeito. E não justifica, de maneira alguma, o caos que foi o lançamento da nova versão 3G, em todo o mundo. Aliás, nada justifica o fanatismo por marcas. Fico pensando o que passa pela cabeça daquele japonês que foi o primeiro na fila pra comprar o novo iPhone. O que ele ganhou com isso, além de exposição ridícula na mídia (espero que você não tenha um adesivo da Apple na traseira do seu carro...)?

Pensando nisso, resolvi listar aqui algumas razões para não comprar o celular da Apple - sim, caro leitor, há vida nas outras marcas, como você bem sabe, e ela pode ser muito melhor e mais saborosa do que uma insípida maçã sem cor.

Bem, vamos lá:

1 - Envio de arquivos: com o iPhone, não é possível enviar arquivos via bluetooth para seus amigos. Uma música via bluetooth até pode ser recebida, mas não irá tocar no iPod embutido no celular. Você terá de passá-la para o computador, convertê-la via iTunes, e somente então, transferí-la para o iPhone.

2 - Personalização: não é possível mudar o fundo de tela, usar suas músicas como toque ou mudar os temas do iPhone. Fique com o design interessante dele e torça para não enjoar.

3 - Foto: enquanto a concorrência chega a 8 megapixels e qualquer Motorola já chega a 5, o iPhone 3G foi uma decepção por não ter melhorado a câmera de apenas 2 megapixels. Não há foco automático, não há flash (fotos à noite, nem pensar!), não há lente de qualidade. E lembre-se: você não poderá enviar essa foto para um amigo via bluetooth (item 1).

4 - Vídeo: acredite se quiser, mas o iPhone não grava vídeos. Qualquer celular limitado faz isso, nem que sejam vídeos curtos e com baixa resolução. Portanto, leve sua filmadora a próxima vez que quiser gravar vídeos na balada.

5 - GPS: o GPS do iPhone 3G é inteiramente baseado no Google Maps. Isso pode parecer bom, mas apenas para quem não se preocupa com navegação na Internet. Os mapas não estão na memória do aparelho, estão na Web! Portanto, cada página do mapa requer tráfego de dados (em outras palavras: cu$to). Enquanto isso, a concorrência já oferece mapas inteiros no próprio cartão de memória, sem custo adicional algum.

6 - Rádio FM: Cadê? Pois é, o iPhone não tem rádio FM. Básico, não?

7 - Bluetooth estéreo: com essa tecnologia, você pode ligar o seu aparelho a um fone de ouvido ou um alto-falante sem o uso de fios. Pois é, mas isso só na concorrência. O iPhone não tem bluetooth estéreo, portanto, ligações em um alto-falante, só com fios ("mas são aqueles charmosos fios brancos", diria um defensor da marca).

8 - Não há suporte para Office no iPhone: você não conseguirá ler arquivos em Word, Excel ou PPT. Vale lembrar que, em um smartphone premium (o iPhone se enquadra nessa faixa), isso é básico. Aliás, tecnicamente o iPhone nem smartphone é, mas deixemos isso pra lá.

9 - Não há suporte para Flash: sem isso, o iPhone não consegue exibir vídeos e várias animações de sites mais elaborados. A navegação web, tão propalada na mídia por causa dele, é a mais prejudicada com a ausência.

10 - Touchscreen: justamente essa tecnologia que é tão inovadora também pode ser uma inimiga. Afinal, em uma tela pequena, muitas vezes é difícil digitar com os dedos. Dedos gordos, unhas compridas, tela engordurada... Para "encerar" a conversa, diga-me: você consegue digitar uma mensagem de texto com uma mão só em seu celular comum, ou até mesmo sem olhar para o teclado? Tente o mesmo com o iPhone...

Há mais itens (somente aplicativos da Apple podem rodar nele, não há a função 'copiar e colar', não existe entrada p cartão de memória, não dá pra mandar um MMS, a bateria não pode ser removida, etc), mas acho melhor parar em 10 com mais detalhes.

Resumindo: o iPhone me lembra o animal de estimação do seu amigo: durante cinco minutos, é uma gracinha brincar com ele. Mas vai ficar com ele o tempo todo pra ver o trabalho que dá...

segunda-feira, 21 de julho de 2008


Tony Joe White, um achado

O melhor da música talvez seja você descobrir novos artistas e estilos que te encantam. Tive isso há alguns meses com Vince Guaraldi, o compositor dos clássicos que dão o tom aos desenhos do Snoopy. Normalmente, um nome leva a outros, e quando vemos, estamos cercados por uma nuvem de cifras, sons e batidas - é o nosso gosto musical consolidado, mas sempre metamórfico.

Foi o caso com o cara da foto acima. Descobri Tony Joe White nos encartes dos meus CD's do Elvis. Ele é compositor de algumas canções interpretadas por Presley - A mais famosa, o funk-soul sulista Polk Salad Annie. Confira abaixo a incrível versão original da canção, por TJW, de 1969.



Naquele mesmo ano, Elvis foi a um show de Tony Joe White e se encantou pela música. Passou a usá-la em seus shows, e ela tornou-se um hit, quase obrigatório até a última turnê do Rei do Rock.

Depois de Polk Salad Annie, passei a ouvir os demais trabalhos de Tony Joe White. E fiquei maravilhado por seu estilo funky, simples e direto, com o blues ingênuo de seu violão, o groovy de sua guitarra e sua voz rouca e grave, combinada com solos descompromissados de gaita. Tony Joe White me lembra um Jack Johnson que sabe tocar e canta músicas que realmente têm ritmo, têm alma e "pegada". Sua origem, dos pântanos do sul dos Estados Unidos, fica clara em seu estilo de música, voz e letras, sempre citando como é ser um southern rocker.

Fica aqui o toque, para quem quiser conhecer o trabalho de TJW - que, aliás, segue firme e gravando álbuns. Há muita coisa no Soulseek (procure por Black & White, o primeiro álbum), e um CD dele ao vivo (Live in Europe 1971) está disponível em lojas online por preços irrisórios (na faixa de R$ 14).

Para terminar, mais uma, talvez um dos primeiros raps gravados: O Craunchy Swamp Rap, em uma batida empolgante da guitarra e gaita de TJW. Curtam:


segunda-feira, 14 de julho de 2008

(Por que) Precisamos tanto do álcool?


A pergunta é instigante: realmente precisamos do álcool como fator de socialização? Desde a nova lei seca, ainda não havia enfrentado, na prática, os rigores da nova lei. Mas, no último fim-de-semana, um encontro aqui em casa me mostrou os resultados da nova legislação de forma mais palpável.

Tudo correu bem, estava ótimo como sempre. Porém, faltou aquele "algo mais". As pessoas se foram mais cedo, ninguém dançou de forma incontida ou fez maluquices que acabam chamando a atenção de todos. Em suma, foram todos...comportados.

É possível se divertir, a base de guaraná e chá, da mesma forma que nos divertiríamos com um chope gelado ou algumas taças de vinho? Ou estamos tão mal acostumados com a bebida que somente ela nos serve como um passaporte mais rápido e garantido para a loucura memorável?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Casamento do meu Melhor Amigo


Fechei os olhos.

Passou como uma brisa. A introdução, em 2000, na faculdade. O guia rápido foi em 2001, na biblioteca. Tornou-se 2002, com o primeiro capítulo e disputas na sala de aula. Passou pra 2003, no famoso e lotado auditório em uma sexta-feira noturna. Ganhou corpo e respeito em 2005, na Saraiva. As curiosidades saíram de 2006, na Fnac. Em 2007, estava na mesa ao lado, como em uma grande tarde de autógrafos.

Assim, como um bom livro, as páginas correram rapidamente, gostosas e saborosas. Daquelas que você faz questão de ler de novo, e mais uma vez, e mais, passando os olhos e viajando com a mente. Lembrando, rindo, chorando, cantando, até adormecer profundamente.


Abri os olhos. E, quando olhei ao meu redor, era 2008, e eu estava ali, no altar, logo ao lado dos pais. Lágrimas, salgadas, teimaram em rolar. De repente, era meu grande amigo ali, casando. Um novo livro começa a ser criado...E não é preciso ser escritor para saber que, nas páginas que virão, teremos palavras de amor, risadas, tecnologia 3G, muito tricolor e alguns choros de bebê.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Criticando a FOX


Estou aderindo à campanha contra a absurda decisão da FOX de dublar 100% da sua programação, o que ocorreu em julho de 2007. Boa notícia para os dubladores apenas. Afinal, pagamos a TV a cabo para assistir ao programa dublado? Quem quer dublagem, vai pra TV aberta!

Ou, se a FOX quer dar liberdade de escolha ao assinante, que ofereça um serviço decente. Hoje, pela NET Digital, por exemplo, já existe a opção de SAP e legendas no canal. Triste é constatar que as legendas vêm trocadas, fora de sincronia, ausentes e com erros de português.

Sem mais, digo apenas que deixei de ver a FOX quase em sua totalidade (hoje meus preferidos são WBTV e FX). E apoio a campanha que encontrei no site Teleseries.