domingo, 30 de novembro de 2008
A foto que prometi
Olhem uma das "bandas" do Nokia Trends (clique para ampliar). Conseguem ver o que está no palco? Quatro notebooks (três brancos, um preto)! Desculpem o saudosismo, mas o que houve com uma boa guitarra, violão, vozes, piano?
A tecnologia que nos facilita a vida também nos destrói...
A tecnologia que nos facilita a vida também nos destrói...
Segue a tradição - Nokia Trends 2008
(ou "meu primeiro post bêbado")
Assim como no ano passado, escrevo diretamente da sala de imprensa do Nokia Trends. Dessa vez, porém, ligeiramente alterado no que diz respeito ao estado alcóolico. Provavelmente, é a primeira vez que escrevo um post neste blog enquanto bêbado. Irei me arrepender do que aqui está escrito? Só saberei na manhã seguinte.
Amanhã, aliás, postarei uma foto muito interessante tirada aqui no evento. Evento que, aliás, continua como no ano passado. O famoso "barulho" eletrônico permanece. Mas tudo bem, já esperava isso. O importante é que as bebidas seguem inclusas, o que ajuda a aguentar o som.
No mais, esse post termina por aqui, declinando consideravelmente a qualidade dos últimos textos, não é mesmo (hic)?
(ou "meu primeiro post bêbado")
Assim como no ano passado, escrevo diretamente da sala de imprensa do Nokia Trends. Dessa vez, porém, ligeiramente alterado no que diz respeito ao estado alcóolico. Provavelmente, é a primeira vez que escrevo um post neste blog enquanto bêbado. Irei me arrepender do que aqui está escrito? Só saberei na manhã seguinte.
Amanhã, aliás, postarei uma foto muito interessante tirada aqui no evento. Evento que, aliás, continua como no ano passado. O famoso "barulho" eletrônico permanece. Mas tudo bem, já esperava isso. O importante é que as bebidas seguem inclusas, o que ajuda a aguentar o som.
No mais, esse post termina por aqui, declinando consideravelmente a qualidade dos últimos textos, não é mesmo (hic)?
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Play it, James
Fica difícil descrever o turbilhão de emoções em torno do show de James Burton ontem. Mesmo assim tentarei, certo de que minhas palavras jamais chegarão sequer perto do que passei.
Nasci após a morte de Elvis. Sendo assim, já tornou-se impossível ir a um show dele. Tive que me contentar com shows gravados ao vivo e itens similares. Em muitos desses shows, era comum a expressão de Elvis Play it, James, (toque, James) quando o seu guitarrista principal estava pra fazer um solo.
Na noite de ontem tive a oportunidade de ver como eram esse solos de perto. Muito perto. O show de James foi destaque, primeiramente, pela localização. Meu irmão conseguiu a melhor mesa do local. A mesa que todos invejavam, a mesa que barões do café e reis do gado gostariam de estar - mas não estavam. Claro que, para nos acompanhar nessa missão, estava um bom litro de Jim Beam.
Nossa posição era simplesmente a mais próxima do guitarrista. Isso tornou fácil a missão de conseguir dezenas de fotos e vídeos, e em alguns momentos até conversar com ele ou ouvir os demais membros da banda se esforçando para seguir os compassos do astro. Fato era: ali estava o homem que, por tantos anos, correu os Estados Unidos ao lado de Elvis e dos demais membros da banda. Bem mais velho, claro, mas still rocking! Levei algumas músicas para me dar conta do quanto aquilo representou pra mim e do privilégio que era ouvir, de tão perto, o homem que acompanhou o Rei do Rock.
Segundo motivo? As músicas. Confesso que imaginava sair de lá um pouco desapontado. Esperava que Burton tocasse apenas os clássicos mais manjados de Presley, como Hound Dog e Blue Suede Shoes. No entanto, vimos algo mesclado entre poucos clássicos e alguns lados B. Vimos um James Burton extremamente humilde, muito tranquilo no palco, claramente se divertindo, fazendo um som espetacular em meio àquele universo de costeletas dos fãs de Elvis.
Algumas das músicas tocadas na noite foram:
- Got a lot livin' to Do
- Blueberry Hill / I Can't Stop Loving You
- Little Sister
- Don't Be Cruel
- Baby, what you want me to do?
- Whole lotta Shakin' Goin' On
- Polk Salad Annie (excerpt)
- Johnny B. Goode
- Suzie Q
- Pretty Woman (excerpt)
- There Goes my Baby
- Walk a Mile in my Shoes
- The Wonder of You
Destaque também para a banda, que acompanhou Burton com maestria e tocou muito.
O terceiro fato especial da noite veio pela emoção de um ocorrido em particular. Não gosto de revelar aqui lances muito pessoais, mas não posso deixar de registrar isto. Meu irmão, desde o começo do show, pedia por uma palheta de James Burton. "James, could you give me a pick?", dizia. "Maybe later" (talvez mais tarde), respondeu o guitarrista.
A essa altura - alcóolica inclusive -, somente o fato de James Burton ter trocado uma frase com ele já era suficiente, mas o caso foi além. Duas ou três músicas depois, meu irmão insistiu: "James, don't forget my pick!" (James, não esqueça minha palheta!). E não é que o o músico nascido em Louisianna sacou da palheta que estava usando e a jogou para meu irmão?
Tal fato já teria sido único, não fosse o adendo do meu irmão ter me dado a palheta segundos depois. Palheta que, agora, está aqui na minha frente e certamente será enquadrada em um futuro breve. Obrigado, irmão!
No improviso | Como se isso já não fosse suficiente, J.B. (como o próprio Elvis o chamava) ainda nos foi mais atencioso. Entre um intervalo de uma música e outra, pedi a ele (sim, era possível falar com o sujeito) que tocasse Polk Salad Annie, o clássico de Elvis roubado de Tony Joe White e já citado aqui. Burton queria tocar, mas a banda que o acompanhava não sabia. Ainda assim, insisti, em inglês, pedindo que ele apenas tocasse a introdução tão famosa da música.
E não é que ele tocou?! A platéia veio abaixo quando ele começou o riff central de Polk Salad. Não só a platéia, diga-se, mas também a banda, que claramente não sabia tocar aquela música e não conseguiu acompanhar o guitarrista. Acompanhado de um pequeno grupo de fãs, cantamos a música no gogó, ao som da Fender de James Burton. A música não durou mais que 20 segundos, claro, mas foi o suficiente para nos deixar sem voz, causar aplausos estrondosos e entrar para o YouTube, como podem ver abaixo (o vídeo acaba subitamente já que a bateria do celular morreu na hora).
No fim, James jogou a segunda palheta que estava usando. E quem a pegou? Meu irmão!... Agora, para evitar polêmicas, cada um tem sua própria palheta.
No fim, James jogou a segunda palheta que estava usando. E quem a pegou? Meu irmão!... Agora, para evitar polêmicas, cada um tem sua própria palheta.
Se não será jamais possível ir a um show de Presley, esse foi o mais próximo que consegui. E valeu cada acorde, cada centavo e foto tirada. Play it, James...always!
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Natal sem Simone: a análise de
Elvis Presley Christmas Duets
Elvis Presley Christmas Duets
Wynonna Judd, uma das vozes ao lado de Elvis: "As pessoas sempre me
perguntam com quem eu mais gostaria de cantar junto. Minha resposta sempre foi 'Elvis'...claro"
Um dia após o post sobre o disco do Elvis, o álbum chegou em casa pelo correio. Portanto, aproveito o assunto para deixar aqui uma análise mais detalhada do álbum - que, aliás, saiu US$ 17.00, já com fretes e taxas de entrega pela Amazon.com.
Ouvi ontem no caminho de casa. A primeira impressão foi um ligeiro desapontamento. Em sua maioria, os duetos davam a impressão de over. Afinal, se as músicas com Elvis já soavam fantásticas, por que deveriam adicionar uma outra voz ali? Então - detalhe crucial - esqueci que eu sou um fã. E, como fã, ficaria incomodado com alguém "mexendo" nas músicas do meu cantor favorito. Isto resolvido, deixei de lado meus preconceitos e ouvi o disco de novo.
Para quem não quer ler o texto até o fim, eis o resumo: chega de Natal com Simone!! Surge, enfim, um novo álbum festivo, excelente e com motivos de sobra para encerrar a era "então é Natal", um período negro em que a cantora baiana rompeu todas as barreiras do bom senso e tentou transformar o período mais alegre do ano em uma agrura musical constante com tendências suicidas.
Meu maior dilema para apreciar e entender o álbum de Presley foi: como fazer um dueto póstumo em músicas que já possuem diversos backing vocals? O caso não foi bem resolvido em algumas faixas. É o caso do hino americano do Natal, O Come All Ye Faithful, com Olivia Newton-John (sim, a mesma de Grease). A música em si já possui tantas vozes do coral que a participação de Olivia fica confusa na música. Ela parece jogada no meio de um grupo de cantores e pouco consegue se destacar.
Felizmente, ela foi uma exceção no tracklist.
O primeiro atrativo que chama a atenção em Elvis Presley Christmas Duets é o retrabalho das canções. Todas foram refeitas, restando em alguns casos somente a voz de Elvis. Novos pianos, baterias, violinos e arranjos de fundo dão uma nova e fresca roupagem para canções já um pouco surradas. É o caso da belíssima I'll Be Home For Christmas, um clássico que ganhou tons de Sinatra com um piano mais sensual e direito a um solo.
Silent Night, a versão gringa da nossa Noite Feliz, é um bom exemplo de como este CD vai ficando melhor a cada reprodução. Não gostei na primeira vez. Melhorou na segunda. E foi paixão a partir da terceira vez. Não conheço a Sara Evans (que divide a canção com Presley), mas sei que ela fez um trabalho incrível ali como segunda voz para o Rei do Rock. O mesmo em White Christmas, outro clássico, desta vez ao lado de Amy Grant. O nervoso blues Merry Christmas, Baby ganha uma longa versão de 8 minutos - a gravadora decidiu usar o take completo de Elvis em vez do editado e mais comuns nos últimos CDs de Natal.
O destaque entre os duetos, certamente, fica para Santa Claus is Back in Town, outro blues, com Wynonna Judd. A voz rouca e grave da cantora casou perfeitamente com este sucesso gravado em 1957, mas que nunca soou tão atual. Com novos instrumentos e batidas, a qualidade de som é tão cristalina que você chega a ouvir a retomada de fôlego de Presley entre um verso e outro.
Faixas bônus | O CD inteiro é composto de 13 faixas, sendo 10 delas com parcerias, sempre com cantoras do universo country. As três restantes entram como extras e permanecem só com Elvis, mas também com novos e surpreendentes arranjos. Destaque para The First Noel, que sempre teve magnitude para ser profunda e apaixonante, mas nunca convenceu. Agora, Presley e seu coral ganham cordas que entram na sua alma conseguem arrepiar o ouvinte até o verso final. Essa vale aumentar.
De uma forma geral, o CD compensa o investimento, tanto para especializados em Elvis ou não. Vale a compra, importante dizer, não só pelos duetos, mas muito também pelos arranjos e qualidade de som aprimorados que modernizaram as canções.
E atenção: prepare-se, quando (e se) ouvir, para lágrimas. Na noite do dia 24, será fácil cair aos prantos ouvindo certas faixas este CD. Ou então, volte para a Simone... e nunca me convide para sua festa de Natal.
Ouvi ontem no caminho de casa. A primeira impressão foi um ligeiro desapontamento. Em sua maioria, os duetos davam a impressão de over. Afinal, se as músicas com Elvis já soavam fantásticas, por que deveriam adicionar uma outra voz ali? Então - detalhe crucial - esqueci que eu sou um fã. E, como fã, ficaria incomodado com alguém "mexendo" nas músicas do meu cantor favorito. Isto resolvido, deixei de lado meus preconceitos e ouvi o disco de novo.
Para quem não quer ler o texto até o fim, eis o resumo: chega de Natal com Simone!! Surge, enfim, um novo álbum festivo, excelente e com motivos de sobra para encerrar a era "então é Natal", um período negro em que a cantora baiana rompeu todas as barreiras do bom senso e tentou transformar o período mais alegre do ano em uma agrura musical constante com tendências suicidas.
Meu maior dilema para apreciar e entender o álbum de Presley foi: como fazer um dueto póstumo em músicas que já possuem diversos backing vocals? O caso não foi bem resolvido em algumas faixas. É o caso do hino americano do Natal, O Come All Ye Faithful, com Olivia Newton-John (sim, a mesma de Grease). A música em si já possui tantas vozes do coral que a participação de Olivia fica confusa na música. Ela parece jogada no meio de um grupo de cantores e pouco consegue se destacar.
Felizmente, ela foi uma exceção no tracklist.
O primeiro atrativo que chama a atenção em Elvis Presley Christmas Duets é o retrabalho das canções. Todas foram refeitas, restando em alguns casos somente a voz de Elvis. Novos pianos, baterias, violinos e arranjos de fundo dão uma nova e fresca roupagem para canções já um pouco surradas. É o caso da belíssima I'll Be Home For Christmas, um clássico que ganhou tons de Sinatra com um piano mais sensual e direito a um solo.
Silent Night, a versão gringa da nossa Noite Feliz, é um bom exemplo de como este CD vai ficando melhor a cada reprodução. Não gostei na primeira vez. Melhorou na segunda. E foi paixão a partir da terceira vez. Não conheço a Sara Evans (que divide a canção com Presley), mas sei que ela fez um trabalho incrível ali como segunda voz para o Rei do Rock. O mesmo em White Christmas, outro clássico, desta vez ao lado de Amy Grant. O nervoso blues Merry Christmas, Baby ganha uma longa versão de 8 minutos - a gravadora decidiu usar o take completo de Elvis em vez do editado e mais comuns nos últimos CDs de Natal.
O destaque entre os duetos, certamente, fica para Santa Claus is Back in Town, outro blues, com Wynonna Judd. A voz rouca e grave da cantora casou perfeitamente com este sucesso gravado em 1957, mas que nunca soou tão atual. Com novos instrumentos e batidas, a qualidade de som é tão cristalina que você chega a ouvir a retomada de fôlego de Presley entre um verso e outro.
Faixas bônus | O CD inteiro é composto de 13 faixas, sendo 10 delas com parcerias, sempre com cantoras do universo country. As três restantes entram como extras e permanecem só com Elvis, mas também com novos e surpreendentes arranjos. Destaque para The First Noel, que sempre teve magnitude para ser profunda e apaixonante, mas nunca convenceu. Agora, Presley e seu coral ganham cordas que entram na sua alma conseguem arrepiar o ouvinte até o verso final. Essa vale aumentar.
De uma forma geral, o CD compensa o investimento, tanto para especializados em Elvis ou não. Vale a compra, importante dizer, não só pelos duetos, mas muito também pelos arranjos e qualidade de som aprimorados que modernizaram as canções.
E atenção: prepare-se, quando (e se) ouvir, para lágrimas. Na noite do dia 24, será fácil cair aos prantos ouvindo certas faixas este CD. Ou então, volte para a Simone... e nunca me convide para sua festa de Natal.
domingo, 23 de novembro de 2008
Marketing natalino
Elvis Presley adorava o Natal. Todo fim de ano, Graceland era decorada de forma rica e alegre. Talvez por isso (e também para faturar algum), todo ano surge algum "novo" disco do cantor de Natal. Nova, claro, só a roupagem. Pois as músicas sempre serão as mesmas, alternando apenas a temática.
Para este ano, porém, surgiu algo diferente. Chega para o Natal (não sei se disponível no Brasil ainda) o álbum "Elvis Christmas Duets", o primeiro de duetos do cantor. Foram escolhidos alguns nomes do universo country feminino para dividir os clássicos natalinos de Presley - entre eles, Leann Rimes, a mesma que está no excelente álbum (já citado aqui) de Bon Jovi, Lost Highway.
Confesso que fiquei decepcionado com a ausência de Norah Jones. Ok, ela não é country do ponto de vista comercial, mas tem uma vertente muito interessante para o gênero e possui uma gravação incrível de "Are You Lonesome Tonight?" (escute aqui). Os demais nomes também não são conhecidos do grande público - ou então, eu preciso ouvir mais música country.
Para promover o disco, a gravadora do Rei do Rock fez algo parecido com o que rolou na final de um dos milhares de "American Idol" dos EUA há alguns meses. Você lembram quando Celine Dion dividiu o palco com Elvis para cantar "If I Can Dream", dando a total impressão de que ele estava no palco ao lado dela? Aquilo foi tão assustador como emocionante.
Pois então vejam isso e fiquem estupefatos com o que a tecnologia pode fazer (caso não consigam ver o vídeo abaixo, cliquem aqui).
Para este ano, porém, surgiu algo diferente. Chega para o Natal (não sei se disponível no Brasil ainda) o álbum "Elvis Christmas Duets", o primeiro de duetos do cantor. Foram escolhidos alguns nomes do universo country feminino para dividir os clássicos natalinos de Presley - entre eles, Leann Rimes, a mesma que está no excelente álbum (já citado aqui) de Bon Jovi, Lost Highway.
Confesso que fiquei decepcionado com a ausência de Norah Jones. Ok, ela não é country do ponto de vista comercial, mas tem uma vertente muito interessante para o gênero e possui uma gravação incrível de "Are You Lonesome Tonight?" (escute aqui). Os demais nomes também não são conhecidos do grande público - ou então, eu preciso ouvir mais música country.
Para promover o disco, a gravadora do Rei do Rock fez algo parecido com o que rolou na final de um dos milhares de "American Idol" dos EUA há alguns meses. Você lembram quando Celine Dion dividiu o palco com Elvis para cantar "If I Can Dream", dando a total impressão de que ele estava no palco ao lado dela? Aquilo foi tão assustador como emocionante.
Pois então vejam isso e fiquem estupefatos com o que a tecnologia pode fazer (caso não consigam ver o vídeo abaixo, cliquem aqui).
Como Rachel Melamet me ajudou no inicio da carreira
Fiquei sabendo, há menos de um mês, que faleceu no dia 10 de junho deste ano a repórter Rachel Melamet. Aos 53 anos, ela trabalhava como repórter freela para o Diário do Comércio há algum tempo, depois de passar por diversas redações importantes.
Este é o primeiro caso, desde que comecei a trabalhar, em 2000, que alguém próximo faleceu. Rachel e eu nunca fomos amigos, mas nossas ocasionais conversas telefônicas sempre duravam vários minutos. Rachel me abriu as portas para o mundo do RP, e foi meu primeiro grande case.
No início de 2004, menos de um mês após ser efetivado, tinha como pressão conseguir matérias para meu primeiro cliente "de verdade": Check Point Technologies. Empresa de assunto árido e difícil mensuração. Líder mundial em segurança de Internet, a Check Point vende VPNs, firewalls, gateways e outros produtos e serviços com nomes tão ou mais complicados que esses.
Pois foi Rachel Melamet quem entrevistou o porta-voz que chegara ao Brasil (Bob Booth) e deu uma "senhora" matéria no Diário do Comércio, com 1/4 de página de direito até a foto do produto (algo que mais parecia uma insólita caixa de plástico).
Ao longo dos anos, Rachel sempre estava lá para salvar a pátria. Ela fez matérias para Sony Ericsson, Iomega, FedEx e foi a diversos eventos de outros clientes que tive.
Deixo aqui meu agradecimento a Rachel e meus sentimentos à família.
Este é o primeiro caso, desde que comecei a trabalhar, em 2000, que alguém próximo faleceu. Rachel e eu nunca fomos amigos, mas nossas ocasionais conversas telefônicas sempre duravam vários minutos. Rachel me abriu as portas para o mundo do RP, e foi meu primeiro grande case.
No início de 2004, menos de um mês após ser efetivado, tinha como pressão conseguir matérias para meu primeiro cliente "de verdade": Check Point Technologies. Empresa de assunto árido e difícil mensuração. Líder mundial em segurança de Internet, a Check Point vende VPNs, firewalls, gateways e outros produtos e serviços com nomes tão ou mais complicados que esses.
Pois foi Rachel Melamet quem entrevistou o porta-voz que chegara ao Brasil (Bob Booth) e deu uma "senhora" matéria no Diário do Comércio, com 1/4 de página de direito até a foto do produto (algo que mais parecia uma insólita caixa de plástico).
Ao longo dos anos, Rachel sempre estava lá para salvar a pátria. Ela fez matérias para Sony Ericsson, Iomega, FedEx e foi a diversos eventos de outros clientes que tive.
Deixo aqui meu agradecimento a Rachel e meus sentimentos à família.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Piquet X Senna - começou!
No período de parada da Fórmula 1, os destaques ficam por conta dos testes, sejam para adequar os carros à nova temporada, sejam para avaliar novos pilotos. Eis os resultados dos testes que terminaram hoje, no circuito espanhol de Montmeló.
1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min19s295 (75 voltas)
2º. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 1min19s839 (122)
3º. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min20s154 (115)
4º. Gary Paffett (ING/McLaren), 1min21s140 (81)
5º. Jenson Button (ING/Honda), 1min21s387 (94)
6º. Christian Klien (AUT/BMW), 1min21s534 (88)
7º. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min21s592 (106)
8º. Bruno Senna (BRA/Honda), 1min21s676 (107)
9º. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), 1min22s148 (94)
10º. Nico Hulkenberg (ALE/Williams), 1min22s410 (52)
11º. Luca Badoer (ITA/Ferrari), 1min22s866 (120)
12º. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), 1min23s086 (93)
13º. Pedro de la Rosa (ESP/Force India), 1min23s103 (88)
Algo chamou a atenção, além dos três sebastiões na frente, como mencionou Fabio Seixas? Sim. Repare bem nas posições de oitavo e nono. Pois é, pela primeira vez desde a Austrália, em 1991, um Piquet e um Senna dividiram a mesma pista. Bruno, ainda em testes pela Honda para saber se será titular em 2009, ficou à frente de Nelsinho, titular da Renault há um ano.
Será que os sennistas já começarão a provocar os piquetistas?
Será que os sennistas já começarão a provocar os piquetistas?
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Dica cultural - James Burton no Brasil
Gente, fica aqui uma rápida dica cultural (que interessa muito a mim). James Burton, o guitarrista de Elvis de 1969 até sua morte, em 1977, estará no Brasil para um show. Burton esteve em todos os esgotantes shows de Presley durante sua fase final e, junto de Ronnie Tut e demais membros da banda que ficou conhecida como "TCB Band", reinventou o som do Rei do Rock e o colocou de novo na vanguarda da música da época.
É da época de James Burton como lead guitar músicas como "Burning Love", "Suspicious Minds" (ao vivo), "The Wonder of You", além de versões muito bem repaginadas de "Hound Dog" em blues e do soul sulista "Polk Salad Annie" que já citei aqui no post de Tony Joe White.
Fica aqui o registro rápido (até porque certamente irei escrever mais sobre isso depois do show). Quem quiser me encontrar, estarei lá (na mesa da frente)!
Serviço
James Burton no Brasil
27/11 às 22h
Bourbon Street
R$ 65,00
E, para os que estão em dúvida, deixo aqui um pouco do que era Burton ao lado de Presley. Eis a citada versão de "Hound Dog" em blues, gravada no Madison Square Garden, em 1972. Note como a guitarra estridente (além da bateria, devo dizer) faz toda a diferença na música.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Seis pras Dez
Não quero o sorriso mais belo
Quero o sorriso mais belo pra mim
Não quero o concreto, nem o certo
Quero o questionável que exale
No que vale de verdade
Neste vale de ilusões
Não quero arebatadoras as paixões
Quero versos quebrados de emoção
Feitos no improviso e sem razão
Feitos sem a mínima destreza
Com cor de quem muito mais almeja
Ir além da sobremesa
Quero um olhar de longa declaração
Não busco a beleza incandescente
Busco apenas mais uma ausente
A pena pra um austero
Mais que estreita, mas que seja assim
Sem culpa, apenas e tão somente
Sem desfeita, sem matriz
Só sentidos, imperfeita
Como eu há muito sempre quis
Não quero alguém com notas dez
Quero alguém da minha laia
Quero asteca, inca e mais
Mais, saiba crescer com orgulho da tez
Quero maia, quero cultura
Mas não quero biblioteca
Quero bar e soneca. Lareira, pão e lar
Salada, sorriso, luau e violão de madeira
Amizade sem agrura, união sem sepultura
Seco surrado, quero úmido
Quero vívido e volátil
Quero Paul Gerárdy
Pra viver o que não vivi
Saber de searas sem senões
Apenas espelhos d'alma e canções
Uma esperança mais retrátil
Um retrato três por quatro
Um punhado de salgadas, fato:
São as lágrimas de quem sorri.
Não quero o sorriso mais belo
Quero o sorriso mais belo pra mim
Não quero o concreto, nem o certo
Quero o questionável que exale
No que vale de verdade
Neste vale de ilusões
Não quero arebatadoras as paixões
Quero versos quebrados de emoção
Feitos no improviso e sem razão
Feitos sem a mínima destreza
Com cor de quem muito mais almeja
Ir além da sobremesa
Quero um olhar de longa declaração
Não busco a beleza incandescente
Busco apenas mais uma ausente
A pena pra um austero
Mais que estreita, mas que seja assim
Sem culpa, apenas e tão somente
Sem desfeita, sem matriz
Só sentidos, imperfeita
Como eu há muito sempre quis
Não quero alguém com notas dez
Quero alguém da minha laia
Quero asteca, inca e mais
Mais, saiba crescer com orgulho da tez
Quero maia, quero cultura
Mas não quero biblioteca
Quero bar e soneca. Lareira, pão e lar
Salada, sorriso, luau e violão de madeira
Amizade sem agrura, união sem sepultura
Seco surrado, quero úmido
Quero vívido e volátil
Quero Paul Gerárdy
Pra viver o que não vivi
Saber de searas sem senões
Apenas espelhos d'alma e canções
Uma esperança mais retrátil
Um retrato três por quatro
Um punhado de salgadas, fato:
São as lágrimas de quem sorri.
domingo, 16 de novembro de 2008
Marcos e Joaninha
Pela segunda vez no ano, fui padrinho de um casamento. Fica aqui, portanto, o registro da foto do casal no bolo, como feito no anterior (note que, em ambos os casórios, os noivos saem com seus respectivos times de coração por baixo do terno. A diferença sutil só está na posição dos times na tabela :-).
Marcos Carvalho é uma figura e tanto na minha vida. O conheci nos tempos de Jeffrey. Não estou mais lá, mas como já disse pra ele uma vez, a amizade ultrapassou os limites da empresa há muito tempo. E a Joaninha, uma querida que com certeza cuidará muito bem do maridão.
Foi uma noite agradabilíssima, em que estive sempre bem acompanhado, do começo ao fim o evento.
Marcos Carvalho é uma figura e tanto na minha vida. O conheci nos tempos de Jeffrey. Não estou mais lá, mas como já disse pra ele uma vez, a amizade ultrapassou os limites da empresa há muito tempo. E a Joaninha, uma querida que com certeza cuidará muito bem do maridão.
Foi uma noite agradabilíssima, em que estive sempre bem acompanhado, do começo ao fim o evento.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Três séries de Quinze - O dia em que fui jogado na academia
Quem me conhece, sabe. Até já fiz alguns exercícios. Era de correr na infância, joguei muito futebol na adolescência, corri de kart provavelmente umas 50 vezes na vida, mas ultimamente, o sedentarismo anda forte. Meus exercícios se limitam a parcas voltas na praça do lado de casa e esporádicas caminhadas com a cachorra. Minha ainda esbelta forma só se deve a uma afortunada condição genética e alguns sacrifícios durante a semana.
Não procuro por exercícios. Admito que cheguei ao fundo do poço do ócio físico - e estou bem assim.
Não obstante, fui "raptado" por dois amigos-da-onça na última noite de segunda-feira. O objetivo: fazer com que eu me integrasse ao "Projeto Verão 2009". Os dois também são sedentários, mas mais preocupados que eu.
E uma noite que tinha tudo para ser regada a episódios já vistos de "Friends" e "Two and a Half Men" tornou-se um martírio fransciscano. Ganhamos uma semana grátis na academia perto de casa. Francamente, quem quer ganhar algo assim?! Presente de gosto duvidoso.
Fato resumido, tive que passar por todas aquelas máquinas infernais que faziam parte de um passado distante (sim, eu frequentei academias nos loucos anos 1990). O cheiro de suor nos colchões comidos, o calor do corroído metal nas mãos, o típico ambiente formado pelos ratos de pesos e moças que acham que são cobiçadas por todo mundo no local não se comparam ao infeliz sentimento de seus músculos queimando de dor em cada uma das intermináveis e já clássicas "3 séries de 15".
Três - com todo o respeito - o cacete! Elas mais pareciam uma progressão geométrica do inferno. Sádico, o bombado instrutor não fez questão alguma de diminuir as cargas. Pegou pesado mesmo, e enquanto eu cumpria o longo ritual, meus músculos pareciam se perguntar entre eles o por quê d'eu fazer aquilo. "Sério, estamos quietos no nosso canto. Por que mexer conosco?"
Ainda não sei a resposta. Ou seria o tal do "Projeto Verão 2009"? Não importa, pois a tréplica virá: esses mesmos músculos darão suas respostas no dia seguinte. E não será nada legal.
Não fizemos o alongamento no fim. Segundo o amável instrutor, há uma recente pesquisa na USP que mostrou que, em musculação, nada deve ser alongado, pois é "melhor assim." Fiz uma rápida pesquisa na web agora pouco e encontrei justamente o contrário. Como agora já é tarde para alongar, que me desculpem de novo: instrutor filho da puta!
Cansados, suados, destruídos, saímos de lá. Em nossas mentes, a sensação de dever cumprido. A endorfina começava agir, elevando nosso espírito. Fortes como nunca, deixamos o recinto certos de que o projeto começou da maneira apropriada. No pain, no gain, diriam os gringos. O prazer de realizar um exercício conseguiu compensar toda a dor que passamos? Não sei.
Mas o chopinho no boteco que paramos do lado de casa nunca esteve tão gelado.
Não procuro por exercícios. Admito que cheguei ao fundo do poço do ócio físico - e estou bem assim.
Não obstante, fui "raptado" por dois amigos-da-onça na última noite de segunda-feira. O objetivo: fazer com que eu me integrasse ao "Projeto Verão 2009". Os dois também são sedentários, mas mais preocupados que eu.
E uma noite que tinha tudo para ser regada a episódios já vistos de "Friends" e "Two and a Half Men" tornou-se um martírio fransciscano. Ganhamos uma semana grátis na academia perto de casa. Francamente, quem quer ganhar algo assim?! Presente de gosto duvidoso.
Fato resumido, tive que passar por todas aquelas máquinas infernais que faziam parte de um passado distante (sim, eu frequentei academias nos loucos anos 1990). O cheiro de suor nos colchões comidos, o calor do corroído metal nas mãos, o típico ambiente formado pelos ratos de pesos e moças que acham que são cobiçadas por todo mundo no local não se comparam ao infeliz sentimento de seus músculos queimando de dor em cada uma das intermináveis e já clássicas "3 séries de 15".
Três - com todo o respeito - o cacete! Elas mais pareciam uma progressão geométrica do inferno. Sádico, o bombado instrutor não fez questão alguma de diminuir as cargas. Pegou pesado mesmo, e enquanto eu cumpria o longo ritual, meus músculos pareciam se perguntar entre eles o por quê d'eu fazer aquilo. "Sério, estamos quietos no nosso canto. Por que mexer conosco?"
Ainda não sei a resposta. Ou seria o tal do "Projeto Verão 2009"? Não importa, pois a tréplica virá: esses mesmos músculos darão suas respostas no dia seguinte. E não será nada legal.
Não fizemos o alongamento no fim. Segundo o amável instrutor, há uma recente pesquisa na USP que mostrou que, em musculação, nada deve ser alongado, pois é "melhor assim." Fiz uma rápida pesquisa na web agora pouco e encontrei justamente o contrário. Como agora já é tarde para alongar, que me desculpem de novo: instrutor filho da puta!
Cansados, suados, destruídos, saímos de lá. Em nossas mentes, a sensação de dever cumprido. A endorfina começava agir, elevando nosso espírito. Fortes como nunca, deixamos o recinto certos de que o projeto começou da maneira apropriada. No pain, no gain, diriam os gringos. O prazer de realizar um exercício conseguiu compensar toda a dor que passamos? Não sei.
Mas o chopinho no boteco que paramos do lado de casa nunca esteve tão gelado.
Final de livro
Nada como viagens literárias de vez em quando. Enquanto não sai tempo e disposição pra um livro, por que não imaginar como seria o final de um?
Ela saiu tão rápido como chegou. Seus olhos, brilhavam de tristeza ao constatar que aquela era a melhor alternativa diante de tanta felicidade. Escrevendo em sua mente, os capítulos daquele romance pareciam não ter um desfecho significante; ao mesmo tempo, lágrimas de incertezas salgavam-lhe o corroído julgamento.
Ela chegou da mesma maneira que se foi. Sofrida, suada, sentida. Saiu sentindo sede, somente sustos cercavam seu semblante. Sabendo sorrir, se fingiu de feliz. Sórdida, dissimulada. Se saiu bem sucedida, cega perante ao que se passava no Sertão.
E ela amou como poderia amar.
E ela correu de quem pôde, mas seus próprios pensamentos de perto não saíam.
Ela pensou em tudo. Mas não pensou em nada que estivesse dentro do tudo que já não era nada pra ela. Teve o mundo em suas mãos, ficou com muito mais.
Valente, escondeu com toda força suas feições. O quanto pôde, ao menos. Sabia que sairia chorando, mas não se sabe o que fez. Por dentro, cicatrizes também sentiam o poder de sua decisão. Amarga, a paixão era tão vergonhosa quanto aquele lindo sorriso que, teimosamente, de sua face não corria.
Ele, morreu como poderia. Sem tragédia, sem tramóia, sem trajeto. Por dentro, custavam caro suas decisões. Por fora, barganhava seu sorriso por pouco, muito pouco. Acabou que saiu de graça, algo que de graça não teve nada.
Ela saiu tão rápido como chegou. Seus olhos, brilhavam de tristeza ao constatar que aquela era a melhor alternativa diante de tanta felicidade. Escrevendo em sua mente, os capítulos daquele romance pareciam não ter um desfecho significante; ao mesmo tempo, lágrimas de incertezas salgavam-lhe o corroído julgamento.
Ela chegou da mesma maneira que se foi. Sofrida, suada, sentida. Saiu sentindo sede, somente sustos cercavam seu semblante. Sabendo sorrir, se fingiu de feliz. Sórdida, dissimulada. Se saiu bem sucedida, cega perante ao que se passava no Sertão.
E ela amou como poderia amar.
E ela correu de quem pôde, mas seus próprios pensamentos de perto não saíam.
Ela pensou em tudo. Mas não pensou em nada que estivesse dentro do tudo que já não era nada pra ela. Teve o mundo em suas mãos, ficou com muito mais.
Valente, escondeu com toda força suas feições. O quanto pôde, ao menos. Sabia que sairia chorando, mas não se sabe o que fez. Por dentro, cicatrizes também sentiam o poder de sua decisão. Amarga, a paixão era tão vergonhosa quanto aquele lindo sorriso que, teimosamente, de sua face não corria.
Ele, morreu como poderia. Sem tragédia, sem tramóia, sem trajeto. Por dentro, custavam caro suas decisões. Por fora, barganhava seu sorriso por pouco, muito pouco. Acabou que saiu de graça, algo que de graça não teve nada.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
As imperfeições dessa vida
Antes de começar: recomendo ler o texto ouvindo a música acima. Não se preocupe com imagens, apenas dê o play e comece a ler.
Os que me conhecem bem sabem o quanto gosto de ouvir músicas do Elvis. Mas somente poucos tiveram a oportunidade de ouvir Elvis do jeito que eu gosto: procurando as imperfeições.
Talvez pareça incongruente (ou não), mas é atrás das imperfeições que estamos nessa vida. O certinho é chato, o impecável é boring, o cristalino é irritante. Nos apaixonamos pelos pequenos erros dessa vida, ou os pecadilhos, como muitos mencionam por aí. Aquelas peculiaridades que nos tornam únicos, incorretos, irresistivelmente especiais.
É assim que escuto as músicas do Elvis. Lendo a interpretação que ele coloca nas letras, procurando pelo ar renovado, pelo silêncio de um acorde. Raramente vou a encontros onde habitam fanáticos travestidos de Elvis, com óculos, macacão e costeletas que mais parecem trazidas diretamente de 1969. Alguns desses fãs já criticaram a minha ausência constante (há pelo menos cinco anos não dou as caras). Não posso culpá-los, mas jamais mudarei.
Assim como tenho minha maneira de me relacionar com Deus, também escutar o vasto repertório de Presley no meu próprio quadrado. Uma espécie de meditação musical, em que presto atenção em detalhes normalmente ignorados. O baixo, os violinos, os metais, o coral e, claro, a voz. A forma como tudo era gravado ao vivo, ali, sem grandes edições, mantendo a essência da coisa. Elvis buscando o fôlego para um novo verso, uma flauta estrategicamente harmoniosa com um jogo de vozes. O arranjo do piano que tanto sincroniza o ritmo do cantor com o resto da banda. E por aí vai...Uma viagem musical da qual não me canso. Um retiro espiritual que me faz bem, me renova e me faz um eterno apaixonado pela música.
Acredito que o mesmo vale para a vida. Afinal, se Deus está nos detalhes, é lá que devemos achar o que de melhor existe na vida. São as pequenas imperfeições que nos fazem vivos. Que nos lembram o quão incrível é ser humano, um indivíduo absolutamente único, com um universo tão complexo e rico que assusta e encanta ao mesmo tempo.
Por fim, um dos exemplos desse meu pensamento está na canção que - imagino - você está ouvindo agora, em destaque no começo do post: Early Morning Rain, de 1971. Reparou nos violões, no cuidado e nervosismo de Elvis se preocupar em colocar de forma cuidadosa a voz em uma música de tom tão grave? E na gaita, que entra de forma perfeita em momentos precisos, muitas vezes junto com o coral com músicos de fundo, que sabe acolher os demais instrumentos de forma suave e incrível?
Não? Então ouça de novo. Tenho certeza de que, agora, você vai ouvir a música de outra maneira.
Talvez pareça incongruente (ou não), mas é atrás das imperfeições que estamos nessa vida. O certinho é chato, o impecável é boring, o cristalino é irritante. Nos apaixonamos pelos pequenos erros dessa vida, ou os pecadilhos, como muitos mencionam por aí. Aquelas peculiaridades que nos tornam únicos, incorretos, irresistivelmente especiais.
É assim que escuto as músicas do Elvis. Lendo a interpretação que ele coloca nas letras, procurando pelo ar renovado, pelo silêncio de um acorde. Raramente vou a encontros onde habitam fanáticos travestidos de Elvis, com óculos, macacão e costeletas que mais parecem trazidas diretamente de 1969. Alguns desses fãs já criticaram a minha ausência constante (há pelo menos cinco anos não dou as caras). Não posso culpá-los, mas jamais mudarei.
Assim como tenho minha maneira de me relacionar com Deus, também escutar o vasto repertório de Presley no meu próprio quadrado. Uma espécie de meditação musical, em que presto atenção em detalhes normalmente ignorados. O baixo, os violinos, os metais, o coral e, claro, a voz. A forma como tudo era gravado ao vivo, ali, sem grandes edições, mantendo a essência da coisa. Elvis buscando o fôlego para um novo verso, uma flauta estrategicamente harmoniosa com um jogo de vozes. O arranjo do piano que tanto sincroniza o ritmo do cantor com o resto da banda. E por aí vai...Uma viagem musical da qual não me canso. Um retiro espiritual que me faz bem, me renova e me faz um eterno apaixonado pela música.
Acredito que o mesmo vale para a vida. Afinal, se Deus está nos detalhes, é lá que devemos achar o que de melhor existe na vida. São as pequenas imperfeições que nos fazem vivos. Que nos lembram o quão incrível é ser humano, um indivíduo absolutamente único, com um universo tão complexo e rico que assusta e encanta ao mesmo tempo.
Por fim, um dos exemplos desse meu pensamento está na canção que - imagino - você está ouvindo agora, em destaque no começo do post: Early Morning Rain, de 1971. Reparou nos violões, no cuidado e nervosismo de Elvis se preocupar em colocar de forma cuidadosa a voz em uma música de tom tão grave? E na gaita, que entra de forma perfeita em momentos precisos, muitas vezes junto com o coral com músicos de fundo, que sabe acolher os demais instrumentos de forma suave e incrível?
Não? Então ouça de novo. Tenho certeza de que, agora, você vai ouvir a música de outra maneira.
domingo, 2 de novembro de 2008
Essa foi difícil
Nota rápida: todo mundo, no fundo, já esperava que Hamilton levasse o caneco. Mas, da forma como foi, doeu. Eu, que torci tanto para a chuva chegar, jamais o teria feito se soubesse desse desfecho. Ficasse monótona como estava a corrida, que seria melhor. O fim foi cruel.
Nota rápida: todo mundo, no fundo, já esperava que Hamilton levasse o caneco. Mas, da forma como foi, doeu. Eu, que torci tanto para a chuva chegar, jamais o teria feito se soubesse desse desfecho. Ficasse monótona como estava a corrida, que seria melhor. O fim foi cruel.
sábado, 1 de novembro de 2008
A cruel análise da Futurecom e mais sobre assessores de imprensa
Confesso que passei os últimos dias pensando qual seria o post seguinte ao do mundo RP, que gerou tanta polêmica e bateu o recorde de comentários. Afinal, fica a vontade de que as pessoas se interessem da mesma maneira. Já tinha alguns posts prontos, mas os deixei na gaveta para seguir em um assunto similar e fechar - pelo menos por algum tempo - esse assunto.
Semana passada terminou a Futurecom, feira de telecom e tecnologia que eu comentei aqui rapidamente há dois ou três posts. Um ambiente terrível, se me permitem dizer. Freqüento a Futurecom desde 2005, sendo a segunda vez pela Nokia. O local da feira mudou (nos outros anos, foi em Florianópolis e agora foi no Expo Transamérica, em SP), mas o sentimento continua o mesmo.
A foto acima foi tirada na Sala de Imprensa do local, apenas para servir como tema para este post, que já vinha sendo elaborado desde lá. Antesala, sendo mais preciso. Já que no local existe um espaço para os assessores de imprensa (jornalistas? RPs??) e uma sala exclusiva para jornalistas que trabalham em redação. O detalhe mágico: para chegar à sala dos jornalistas, é necessário atravessar toda a sala dos assessores.
E aí já viu, né? Basta aparecer alguém com o crachá com a cor de imprensa (verde, se não me engano) que os assessores partem para cima dele(a) como abutres em cima de cadáveres. E o detalhe do crachá é fulminante. As pessoas não se olham nos olhos. Dirigem-se primeiro aos crachás. Para qual veículo você escreve, que empresa está representando, qual a sua "categoria". Uma espécie de coleira corporativa.
Sempre saio de feiras como a Futurecom acabado e abalado. E não só fisicamente (algo plausível pelo fato de andarmos todos os dias e comermos muito mal). O abalo maior é emocional mesmo. Aquela antesala de assessores mais parece a antesala do inferno. É possível sentir uma atmosfera pesada, um clima ruim, quando entramos ali e vemos dezenas de assessores sentados, sem ter o que fazer, esperando suas caças passarem em busca de um computador ou uma mesa para escrever seus textos.
Se fosse possível, veríamos nuvens negras pairando sobre a cabeça de vários.
Sinto mais pelos assessores de pequenas empresas. Note-se: muitas vezes pequenas no estande e nas ações no país, mas enormes nas cobranças para o pobre assessor. Daí vem a má fama dos que tentam a qualquer custo colocar a Cabelereiros Dalva* na Gazeta Mercantil ou emplacar a líder mundial em semi-condutores para geladeiras vermelhas na capa da Veja só porque o diretor de marketing está no Brasil.
Para conseguir isso, perseguem os jornalistas, fingem simpatia, ligam, retornam, correm e, se necessário, fazem malabarismo no semáforo. Lamentável.
Na edição do ano passado, uma jornalista do Valor Econômico correu quando me viu - na direção contrária. Isso mesmo, correu. Ela nunca terá idéia de como aquilo me abalou.
Felizmente, essa desgraça corporativa só acontece uma vez por ano. Felizmente, meu cliente entende que essas táticas citadas, nem de longe, são a melhor estratégia para conseguir um espaço na mídia. Felizmente, tudo já acabou e eu posso me respeitar de novo.
Infelizmente, ano que vem tem outra - e é provável que eu esteja lá.
*Crédito de Robson Melendre
Semana passada terminou a Futurecom, feira de telecom e tecnologia que eu comentei aqui rapidamente há dois ou três posts. Um ambiente terrível, se me permitem dizer. Freqüento a Futurecom desde 2005, sendo a segunda vez pela Nokia. O local da feira mudou (nos outros anos, foi em Florianópolis e agora foi no Expo Transamérica, em SP), mas o sentimento continua o mesmo.
A foto acima foi tirada na Sala de Imprensa do local, apenas para servir como tema para este post, que já vinha sendo elaborado desde lá. Antesala, sendo mais preciso. Já que no local existe um espaço para os assessores de imprensa (jornalistas? RPs??) e uma sala exclusiva para jornalistas que trabalham em redação. O detalhe mágico: para chegar à sala dos jornalistas, é necessário atravessar toda a sala dos assessores.
E aí já viu, né? Basta aparecer alguém com o crachá com a cor de imprensa (verde, se não me engano) que os assessores partem para cima dele(a) como abutres em cima de cadáveres. E o detalhe do crachá é fulminante. As pessoas não se olham nos olhos. Dirigem-se primeiro aos crachás. Para qual veículo você escreve, que empresa está representando, qual a sua "categoria". Uma espécie de coleira corporativa.
Sempre saio de feiras como a Futurecom acabado e abalado. E não só fisicamente (algo plausível pelo fato de andarmos todos os dias e comermos muito mal). O abalo maior é emocional mesmo. Aquela antesala de assessores mais parece a antesala do inferno. É possível sentir uma atmosfera pesada, um clima ruim, quando entramos ali e vemos dezenas de assessores sentados, sem ter o que fazer, esperando suas caças passarem em busca de um computador ou uma mesa para escrever seus textos.
Se fosse possível, veríamos nuvens negras pairando sobre a cabeça de vários.
Sinto mais pelos assessores de pequenas empresas. Note-se: muitas vezes pequenas no estande e nas ações no país, mas enormes nas cobranças para o pobre assessor. Daí vem a má fama dos que tentam a qualquer custo colocar a Cabelereiros Dalva* na Gazeta Mercantil ou emplacar a líder mundial em semi-condutores para geladeiras vermelhas na capa da Veja só porque o diretor de marketing está no Brasil.
Para conseguir isso, perseguem os jornalistas, fingem simpatia, ligam, retornam, correm e, se necessário, fazem malabarismo no semáforo. Lamentável.
Na edição do ano passado, uma jornalista do Valor Econômico correu quando me viu - na direção contrária. Isso mesmo, correu. Ela nunca terá idéia de como aquilo me abalou.
Felizmente, essa desgraça corporativa só acontece uma vez por ano. Felizmente, meu cliente entende que essas táticas citadas, nem de longe, são a melhor estratégia para conseguir um espaço na mídia. Felizmente, tudo já acabou e eu posso me respeitar de novo.
Infelizmente, ano que vem tem outra - e é provável que eu esteja lá.
*Crédito de Robson Melendre
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